Não temais. Eu vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador que é o Cristo- Senhor (Lc 2,10-11). Assim o evangelista Lucas nos coloca diante da realidade da Evangelização: uma notícia, uma boa notícia, uma notícia de grande alegria para todos.
Paulo VI, na Exortação Apostólica O anúncio do Evangelho fala da dificuldade de se definir a ação evangelizadora da Igreja: nenhuma definição parcial e fragmentária chegará a dar a razão da realidade rica, complexa e dinâmica que é a evangelização, a não ser com o risco de a empobrecer e até mesmo de a mutilar. É impossível captá-la se não se procurar abranger com uma visão de conjunto todos os seus elementos essenciais (EN. 17).
Evangelizar é anunciar a boa nova do Reino de Deus e enquanto Ele evangelizava, Jesus mesmo era grande notícia que todos esperavam: Deus- conosco. Jesus dava ao povo o livre acesso à Palavra e aqueles que, por motivos de saúde ou de segregação, eram colocados à margem da sociedade, ele os curava para que pudessem se apresentar aos sacerdotes e participar integralmente do culto e da sinagogas.
Estas sete classes eram tratadas com desprezo e proibidas de freqüentar a sinagoga: cegos, surdos, mudos, aleijados, mulheres da vida, hansenianos e pastores. A estes se acrescentem os cobradores de impostos, tolerados, mas odiados. Assim também todas as mulheres por causa de sua natureza e das proibições legais, os estrangeiros e os samaritanos, por razões históricas distanciados da comunidade dos judeus.
Jesus vai ao encontro de todos estes e, ao curá-los, lhes devolve a alegria de viver. Jesus lhes anuncia um Novo Reino: o de Deus, onde todas essas situações deverão ser superadas. Um Reino com suas exigências, deveres e práticas.
A primeira grande exigência é a conversão. Conversão exige mudar o modo de pensar integral e a partir de si mesmo, mudar o seu interior e contemplar o mundo com novos olhos, novas perspectivas, acolher o irmão, entender a grandeza de Deus e a sua misericórdia.
A Igreja fiel a Jesus Cristo, procura, da mesma forma, seguir os passos de Jesus. Ela, primeiramente, se evangeliza para depois evangelizar. A Igreja se evangeliza por conversão e renovação constantes, a fim de evangelizar o mundo com credibilidade (Paulo VI, O anúncio do Evangelho).
A igreja, ao evangelizar, deve anunciar com alegria a Jesus Cristo e sua mensagem de libertação e salvação integral do homem. Ao curar os doentes, Jesus os reintegrava na sociedade judaica.
Hoje, esse anúncio continua sendo acompanhado de sinais santificadores, porque Jesus prometeu estar com sua Igreja todos os dias até o final dos tempos. Esses sinais eficazes são essencialmente, os Sacramentos.
E, realmente, a vida dos sacramentos nada mais é do que o cumprimento dessa promessa. Ele se faz presente dos mais diversos modos: Na Eucaristia e nos Sacramentos: (Tomai e comei, isto é o meu corpo…o meu sangue…fazei isto para celebrar minha memória). No Evangelho e demais Escrituras: E o verbo se fez carne e habitou entre nós, Prólogo de João); Na hierarquia (Quem vos ouve, a mim ouve e quem vos despreza a mim despreza e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou); Nos irmãos e irmãs (Tudo o que fizerdes a um destes pequeninos, a mim é que o fizestes). Em cada um de nós (Quem me ama, o Pai o amará. Nós viremos e faremos nele morada).
Todos os batizados são diretamente envolvidos nessa grande missão da Igreja de ser evangelizadora. Comprometidos com esse ideal, os cristãos procuram crescer em sua fé; buscam um conhecimento cada vez maior dos conteúdos da evangelização. Desse modo, a Igreja sempre está se renovando e oferecendo uma atualização constante aos seus fiéis: através de cursos, congressos, simpósios, criando associações e procurando integrar um grande número de organismos para ser no mundo esse sinal de unidade.
Em seu incansável zelo pela Igreja, o Papa João Paulo II fez do mundo inteiro uma como que paróquia. Foi ao encontro das comunidades e por onde andou, modificou a situação local: pelo anúncio sereno da Palavra de Jesus. Conclamou toda a Igreja, preparando o Grande Jubileu do Ano 2.000 para viver a Nova Evangelização: nova em seu ardor, nova em seus métodos e nova em suas expressões.
O que se pede com essas expressões é que o mundo se converta, ou seja, pense de modo diferente e mude seu modo de agir. A alegria está no centro do anúncio do Evangelho e deve ser o maior motivo para ser, na Igreja, testemunho.
Santa Teresinha do Menino Jesus dizia, que no coração da Igreja ela queria ser o amor. A Bíblia nos fala: Alegrem-se e se rejubilem em Ti aqueles que Te procuram.
Os anjos, ao anunciar o nascimento de Jesus aos pastores, disseram: Eu vos anuncio uma grande alegria Hoje esses pastores, motivados por igual alegria, anunciam a bondade de Deus e, com o Papa, clamam ao mundo a verdade de Jesus Cristo, da Igreja e do Homem.
O Evangelho se dirige a todos os homens através da Igreja, mensageira da verdade e lhes leva os valores, os mistérios e as riquezas do Reino. É a obra evangelizadora de Deus no mundo, missão da Igreja e alegria salvadora para toda a humanidade.