Existe, hoje, um grande número de pais, homens, que não se casaram, por vários motivos. Alguns, porque mantiveram uma vida sexual com uma mulher, sem qualquer compromisso de vida a dois e geraram um filho; outros, porque geraram um filho num relacionamento provisório e depois abandonaram a mãe da criança. Qualquer que seja o caso, é preciso refletir sobre as suas conseqüências.
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que é muito triste deixar uma criança crescer sem um pai ou sem uma mãe; pois ela precisa de ambos ao seu lado para ter um bom desenvolvimento psicológico, social, afetivo, sexual, etc. Deus quis que pai e mãe, gerassem o filho juntos, num ato de amor recíproco, para que também, juntos, o educassem no mesmo amor.
Quando o Papa esteve no Brasil pela última vez, em 1997, no Maracanã, ele disse aos jovens que “por causa do “amor livre”, existe no Brasil milhares de crianças órfãs de pais vivos”. Confesso que fiquei triste e com vergonha; pois deixar uma criança órfã porque o pai ou a mãe morreram, é duro, mas é a vida; no entanto, deixar a criança órfã de pai vivo, aí já é uma malvadeza. Abandonar um filho é algo cruel, nem mesmo os animais irracionais fazem isto; nem mesmo a cobra abandona o seu filhote.
Então, se você é um desses pais solteiros, em primeiro lugar, não deixe faltar o seu amor e o sustento necessário para aquele filho que você colocou neste mundo, mesmo que tenha sido por um ato irresponsável, impensado e vivido sem amor. Assuma este filho, que antes de ser seu filho é filho amado de Deus. Faça o possível para que esta criança não seja carente do seu amor, especialmente até a sua infância e adolescência, onde se forma a personalidade e o caráter da pessoa. Se ela não receber o seu amor pode ser que amanhã ela seja uma dessas crianças que pedem esmolas nas ruas, nos semáforos, ou quem sabe se mete na droga. Sem o seu amor, amanhã ela pode ser um jovem viciado, violente, traficante e quem sabe até assassino. E o que você vai dizer a Deus no dia do seu julgamento?
A segunda providência é tentar construir ou reconstruir a família para esta criança nela viver. Todos sabemos que a família é a célula-mãe da sociedade, e é como disse o Papa João Paulo II, o Santuário da Vida, isto é, o lugar sagrado que Deus preparou para a pessoa nascer, crescer, ser educada e sempre viver até a sua morte. A família é o escudo de proteção da vida, é o ambiente onde a pessoa encontra o seu lugar, onde ela é amada e querida, individualmente. Ali ela é respeitada, atendida. Ali ela faz a sua experiência do amor, sem o qual a vida para ela pode se tornar algo triste e pesado.
A criança não pertence a nós pais, somos nós que pertencemos a ela; ela tem o direito de receber de quem lhe deu a vida, tudo o que ela precisa para ser feliz.
Hoje, há muitas mães solteiras, educando sozinhas os seus filhos, com muita luta e sacrifício, porque os homens as abandonaram, ou porque não tiveram condições financeiras para manter o lar. Ao mesmo tempo elas têm que fazer o papel de pai e de mãe, mas sabemos que isto será sempre incompleto.
Qualquer que seja, no entanto, a sua situação de pai solteiro, volte-se para Deus e para a Igreja. Assuma diante de Deus e da Igreja o seu erro, peça a Deus o perdão e comece uma vida nova. Para Deus sempre há uma saída; para Ele não há “becos sem saída”. Com Deus e a Sua graça, com o auxílio da Igreja e dos irmãos de fé e de comunidade, sempre será possível reconstruir uma vida nova, tanto para você como para os filhos. Não desanime e não se desespere, tudo é possível para aquele que crê em Jesus Cristo.
É uma grande alegria e realização ser pai, mas um pai de verdade, que possa dar ao filho o amor que ele precisa.