Geralmente quando falamos em educar filhos ou pedimos para alguém nos ajudar nessa educação já recebemos e até já esperamos aquelas listas do: faça isso, não faça aquilo; se ele age assim, faça assim, senão faz isso, não faça aquilo. Enfim, estas dicas são boas, mas você já percebeu que não são suficientes… Afinal se fossem você compraria um livro, começaria a aplicá-lo com seu filho e tudo se transformaria.
E você sabe porque não são suficientes? Porque na maioria das vezes estes livros indicam o que fazer e não o como ser. Indicam-te como agir, mas não como seu filho vai responder a essa sua mudança. Ou seja, para ser eficaz é preciso mais, é preciso ser e é preciso interagir.
Como Jesus educava seus discípulos? Primeiramente sendo Santo, sendo Exemplo, tendo uma coerência entre o que falava e fazia. Segundo ele convivia, se envolvia com seus discípulos gastava seu tempo com eles. Contando histórias (parábolas) para que os seus filhos entendessem aquilo em que ele já estava sendo modelo, aquilo que provavelmente ela já tinha tido com todas as palavras inúmeras vezes, mas que seus filhos não entendiam! Veja, Jesus não desistia de seus discípulos, não os chamavam de burros, ignorantes, ao contrário descia ao nível deles do entendimento deles daquilo que os motivava e falava sobre peixes, ovelhas, pastores grãos de mostarda. Jesus era incansável e criativo no educar. Era disciplinado.
Na convivência Jesus também esperava ver os momentos de queda, de erro dos seus discípulos. Isso mesmo, ele queria vê-los errando! Sabe o porquê? Porque por mais que ele pudesse impedir os erros, ele sabia que se os superprotegessem eles deixariam de aprender com seus próprios erros e assim dar mais valor aos seus ensinamentos (você acha que Pedro diria a Jesus que o amava, se antes não o tivesse negado e se arrependido disso?). Os nossos filhos também irão aprender com os erros e quanto mais cedo deixamos isto acontecer menos irão sofrer, afinal erro de criança é andar de bicicleta sem rodinha, é se molhar na chuva e estes erros dão no máximo arranhões e gripes que servem de exemplo para o ensinamento: quem obedece nunca erra. Deixar errar, não significa descuidar, pois ele também monitorava o efeito dos erros para que o discípulo não viesse a se sentir fracassado e incapaz, também não deixava de sentir-se mal pelo fracasso ou erro do discípulo.
Mas a esta altura você já deve estar se perguntando como vou ser incansável, já não estou dando conta, e pior, como vou deixar meu filho errar para aí sim fazer uma correção eficaz? É nesse momento que você está valorizando uma pessoa muito importante no cuidado do seu filho: você. Realmente se você não estiver bem, você não pode oferecer seu melhor, É preciso avaliar como você está para saber o que pode oferecer, até mesmo para saber se hoje você não consegue oferecer ao seu filho, pois está ocupado, preocupado, nervoso com outras coisas e dedicar-se ao filho pode estar sendo um fardo, uma missão incompatível com sua vida.
De novo você para e agora pensa: mas eu já tenho dado meu melhor, tenho me avaliado! Porque ainda não dou conta? Porque não dá certo? E aí está na hora de você pensar se está valorizando neste processo sua missão primordial: ser Pai, pois só ele dá conta das suas dificuldades dos seus problemas, o seu impossível e ele que faz você descobrir seu melhor e que ele quer fazer o melhor através de ti. Já entregou o que não dá conta nas mãos dele? Já levou seu filho a ele? Já contou às histórias que Jesus contava? O que estas histórias produziram em você? Você sentiu como Jesus cuida dos seus?
Lembre-se que certa vez os discípulos estavam com crianças que não paravam quietas, queriam ir até Jesus e eles as seguraram até que elas conseguiram chegar até ele e o que Jesus disse aos discípulos? Deixai as crianças virem a mim e não as impeçais, pois a pessoas assim é que pertence o Reino do Céu (Lc 18, 16). Deus está de braços abertos esperando vocês e seus filhos!