O namoro é o período em que o rapaz e a moça procuram conhecer-se em preparação para o matrimônio.
No matrimônio homem e mulher doam seus corpos, constituem uma só carne e tornam-se instrumentos de Deus na geração de novas vidas humanas.
Mas antes de doar os corpos é preciso doar as almas. No namoro os jovens procuram conhecer, não o corpo do outro, mas sua alma.
Os namorados não podem ter relações sexuais, pois o corpo do outro ainda não lhes pertence. Unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação) é um pecado contra a justiça, algo como um roubo.
E como nosso corpo é templo do Espírito Santo (1Cor 6,19) a profanação de nosso corpo é algo semelhante a um sacrilégio.
‘Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá . Pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós’ (1Cor 3,16-17).
Porém não é apenas a fornicação que é pecado, mas também tudo o que provoca desejo da fornicação, como abraços e beijos que, muitíssimo mais que constituírem expressões de afeto, despertam, alimentam e exacerbam o desejo físico.
Aliás, é possível profanar o templo do nosso corpo até por um pensamento: ‘Todo aquele que olha para uma mulher com mau desejo já cometeu adultério com ela em seu coração’ (Mt 5,28).
Durante o namoro deve-se evitar o contato físico desnecessário. O contato entre os corpos (beijos e abraços), além de causar o desejo de fornicação, obscurece a razão. O próprio beijo na boca ou de novela já constitui uma entrega física, que, se acidentalmente pode não se consumar, no entanto a prepara ou apressa. Vale aqui lembrar a advertência de Cristo: ‘Vigiai e orai para não cairdes em tentação. O espírito é pronto, mas a carne é fraca’ (Mt 26,41).
O prazer da excitação dos sentidos, além disso, torna os jovens incapazes de perceber a beleza da alma do outro. O namoro assim deixa de ser uma ocasião de amar para ser uma ocasião de egoísmo a dois, cada um desejando sugar do outro o máximo de prazer.
Como Namorar
Sendo o namoro o encontro de dois templos sagrados que desejam conhecer-se e amar-se interiormente, os namorados deveriam agir à semelhança de um rito litúrgico:
o rezar antes e depois do namoro;
o namorar apenas em lugar visível, para evitar ocasião de pecar. Nada há para esconder;
o durante o namoro evitar ir além de conversar e dar as mãos;
o ter sempre em mente : ‘Eu estou diante de um templo sagrado. Ai de mim se eu profanar este templo até por um pensamento’.
E se o outro não aceitar namorar cristãmente?
É preciso renunciar ao namorado (à namorada).
‘Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim’ (Mt 10,37).
E Jesus poderia acrescentar:
‘Aquele que ama o namorado ou a namorada mais do que a mim não é digno de mim’.
Para conservar a graça que Cristo nos conquistou com o preço de seu sangue, devemos renunciar até à própria vida.
Mas há um consolo. Se outro não aceitar namorar senão através de beijos e abraços escandalosos, na verdade ele não ama você, mas deseja gozar do prazer que você pode oferecer. O verdadeiro amor sabe esperar.
É preciso ser diferente de todo o mundo?
Sim. O cristão deve ser sal da terra (Mt 5,13), luz do mundo (Mt 5,14), fermento na massa (Mt 13,33).
‘Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir a qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito’ (Rm 12,2)
A alegria da pureza
Aquele que procura o prazer, encontra o prazer. Mas depois vem o vazio, o remorso de consciência e a tristeza.
Aquele que se abstém do prazer por amor encontra a alegria. Os puros de coração são capazes desde já de conhecer as coisas de Deus muito melhor do que os outros. A pureza se expressa no olhar. Ao olharmos para os olhos de uma pessoa pura, vemos algo de Deus em sua alma.
Se os que buscam o prazer na impureza, conhecessem a alegria da pureza, desejariam ser puros mesmo que fosse por egoísmo. A alegria da pureza está acima do prazer da impureza assim como o céu está acima da terra. Experimente e diga-me se não é assim.