Segundo a meteorologia, no dia 21 de junho, exatamente às 9h27min, tem início o inverno de 2006.
A “estação do recolhimento” segue até setembro, quando começa a tão sonhada e esperada primavera.
Estudiosos afirmam que o inverno é caracterizado não apenas por contínuos dias de frio, mas também por ondas de frio, intercaladas por períodos de temperaturas mais elevadas e céu claro, e ligeiramente encoberto na maior parte do tempo. Diminuem as chuvas e a umidade do ar, por isso aumentam os focos de fogo.
Neste período, é maior o número de horas com sol, ou seja, temos dias mais longos pela frente!
É, sem dúvida, uma estação maravilhosa e cheia de riquezas como as demais. Porém, depende muito de como a recebemos.
Recordo-me de uma sócia e ouvinte que veio nos visitar outro dia aqui. Vou dar-lhe o nome fictício de Dona Célia. Chegou séria e foi logo dizendo:
“Vim só entregar minha contribuição de sócia!”
Percebi que ela não estava muito bem e arrisquei-me a puxar uma “prosa”. Para variar, comentei sobre o clima (dizem que esta é a melhor forma de começar uma conversa com quem a gente não conhece, que o digam os taxistas). Mas, neste caso, meu comentário sobre o clima foi o bastante para dona Célia desabafar. Desabafou:
“Estou mal desde que amanheceu. Este clima chuvoso me deixa mal-humorada, não gosto de chuva nem de frio. Quando acordei e percebi que lá fora chovia não senti vontade nem de levantar da cama. Sabia que meu dia seria péssimo…” E seguiu o lamento…
Respirei fundo, enquanto pensava em algo para lhe dizer. Depois fui discorrendo, com delicadeza, sobre o valor da chuva para os lavradores, por exemplo. Usei de certa filosofia para lhe mostrar que meu jardim estava agradecido pela chuvinha fina, que caiu durante a noite. E segui citando-lhe várias outras razões pelas quais eu tenho certeza de que este fenômeno da natureza é benéfico.
Falei até que fosse interrompida por Dona Célia, senhora de aparência simples e traços marcantes, que denunciavam já ter vivido mais de 60 anos. Ela já não estava tão zangada como antes… Até vi um sorriso estampado em seu rosto. Deixou-se envolver por meus argumentos, ufa! Pensei comigo: “Tomara que ela nunca mais se esqueça do que conversamos”.
Mas eu é que não me esqueci nunca mais daquela conversa. Tanto que, hoje, quando falei sobre a chegada do inverno em meu programa, logo pensei nessa senhora… Como será que ela vai viver os próximos dias? Tomara que consiga tirar bom proveito do tempo, conforme combinamos.
Acredito que quem gosta de viver, vive bem em qualquer estação, independentemente do clima exterior. Sou assim, gosto de viver!
Se for verão, quando lá do alto o Sol lança seus raios sobre mim, eu gosto muito e até deixo que me queime um pouquinho… Vou à praia e fico deslumbrada com tamanha beleza, onde o céu e o mar se encontram e me arrastam em contemplação para o infinito.
O outono chega de mansinho, as folhas caem e a natureza, que espera o milagre da restauração, me faz pensar que na vida os “outonos” também são necessários… Precisamos deixar-nos “podar” e ver nossas “folhas” caírem de vez em quando também. Silenciar e esperar os “brotinhos” da vida nova que virá, faz parte deste tempo lindo, o outono!
No inverno, a natureza se transforma diante de nossos olhos. Os dias mais longos e frios nos permitem trabalhar mais, viver mais e até tomar aquele chocolate quente com gosto de saudade. O verde das árvores ficam mais evidentes e é maravilhoso vestir aquela roupa mais quente e elegante que estava guardada há meses… Só esperando esta estação chegar.
Na primavera, tudo se renova também em minha alma. As flores, que vejo, me fazem refletir na diversidade dos dons dados a nós por Deus. Esta estação me faz comemorar a vida nova que surge do seio da terra e da alma de quem se deixa encantar pelas coisas simples e belas, que a vida nos oferece a cada dia.
Você gosta de viver? O que dá verdadeiro sentido à sua vida é o clima lá de fora ou o que se passa aí dentro de sua alma?
Em que estação você se encontra hoje?
Bom inverno! Que Deus aqueça seu coração e restaure sua alma nesta estação, ela traz suas riquezas. Estamos juntos!