Cristo, Senhor absoluto de toda legislação, restaura o matrimônio à sua essência e dignidade originais, tal como foi concebido por Deus. O Senhor proclamou para sempre a unidade e a indissolubilidade do matrimônio acima de toda consideração humana (Mt 19,3-12).
É tão forte este vínculo que se contrai, que somente a morte pode rompê-la. Para tirar posteriormente este impresso é necessária a vocação matrimonial, que é um dom de Deus (CONCÍLIO VATICANO II, Lumen gentium) de tal forma que os deveres conjugais, a educação dos filhos, o empenho em tirar adiante e melhorar economicamente à família, são situações que os esposos devem sobrenaturalizar, (J. ESCRIVÁ DE BALAGUER, Es Cristo que pasa) vivendo através delas uma vida de entrega a Deus, com a persuação de que Ele provê sua assistência para poder cumprir os deveres do matrimônio, no que se tem de santificar. Na atualidade, os ataques à família, instituição divina e humana, não cessam; ao dar a doutrina verdadeira – a lei natural, iluminada pela fé – estamos fazendo um grande bem a toda a sociedade.
Jesus também proclamou o valor do celibato e da virgindade por amor ao Reino dos Céus, a entrega plena, cordão indivisível (I Cor 7, 33). É uma chamada em que Deus mostra uma particular predileção e dá algumas ajudas muito determinadas. A virgindade e o matrimônio são necessários para o crescimento da Igreja, e sem ele não se estima a virgindade, não se compreende com toda profundidade a dignidade matrimonial; ‘quando a sexualidade humana não se considera um grande valor dado pelo Criador, perde
significado a renúncia pelo Reino dos Céus’ (JOÃO PAULO II, Familiaris consortio). A virgindade leva consigo uma particular juventude interior e uma eficácia gozoza no apostolado. Deus, disse Santo Ambrósio, ‘amou tanto a esta virtude que não quis vir ao mundo senão acompanhado por ela, nascendo da Virgem Mãe’ (SANTO AMBROSIO, Tratado sobre as virgens)
Para levar a cabo a própria vocação é necessário viver a santa pureza, conforme às exigências do próprio estado, e é indispensável para entrar em intimidade com Deus. Esta virtude, e as que a acompanha, a modéstia e o pudor, não estão na moda, e para alguns resultam em utopia, mas ‘que bem tão grande podemos realizar no mundo, vivendo-as delicadamente!’ Levaremos a todos os lugares nosso próprio ambiente, com o bom odor de Cristo, o bom aroma de Cristo, próprio da alma forte que vive a castidade. Nossa Mãe Puríssima nos ajudará a vivê-la com naturalidade.