Eu entendi mas muita gente não entendeu quando, na procissão de sua paróquia numa festa dedicada à mãe de Jesus o bom pároco começou entusiasticamente a gritar: Lá vem Maria, lá vem a nossa mãe, lá vem a mãe do cristo, lá vem Nossa Senhora. Aplaudam a mãe que vem, aplaudam a mãe que passa. Olhem sua alegria. É nossa mãe que nos visita’.
Eu sei que ele não é idólatra, mas aquilo foi conversa de idólatra. Um evangélico mais aguerrido usaria com razão aquelas palavras para dizer que até o padre acreditava que a imagem era a mãe do povo. Em nenhum momento o bom padre usou a palavra imagem. Era só ter dito – ‘Lá vem a imagem de Maria e aproveitado para dar uma catequese sobre os sinais. Infelizmente ele tratou a imagem como se a imagem fosse Maria em pessoa. Errou nas expressões. Falei com ele. Jurou que não tinha falado. Eu tinha gravado a festa e mostrei então o que realmente ele dissera. Contra fatos não há argumentos. Custou mas reconheceu que usara de linguagem inadequada para falar da imagem de Maria.
Esses dias nos encontramos e ele sorridente me disse. Nunca mais deixei de fazer uma catequese sobre a imagem. Nunca mais deixei de lembrar ao povo que se trata apenas de sinal. Eu nunca mais disse que é Maria que nos visita. O povo notou a mudança. Obrigado por ter me enfrentado naquele dia. A gente às vezes pensa uma coisa e diz outra.
Repito isso aos padres e pregadores. Ainda ouço e vejo muitos bons padres que falam da imagem de Maria como se ela fosse a pessoa de Maria. Sei que sabem a diferença, mas não mostram isso quando falam. Não admira que haja muita gente falando de estátuas e medalhas milagrosas. A doutrina da Igreja manda tomar cuidado com esta expressões. Milagroso é Deus que pode ou não usar dos sinais para nos curar. Eu tomo muito cuidado com essas expressões; mais atrapalham que ajudam.