“Um pensamento especial quero reservá-lo para vós, mulheres que recorrestes ao aborto.
A Igreja está a par dos numerosos motivos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão e não duvida que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente, a ferida no vosso espírito ainda não está sarada.
Na realidade, aquilo que aconteceu foi e permanece profundamente injusto. Mas, não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança. Se não o fizestes ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia vos espera para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no Sacramento da Reconciliação. Vós dareis conta de que nada está perdido e podereis pedir perdão também ao vosso filho que agora vive no Senhor.
Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida.
Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado e eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carente de solidariedade, sereis artífices de um novo modo de olhar a vida do homem”.