Qual é o lugar mais perigoso de viver no mundo hoje? Será a Síria, onde milhares morrem vítimas de uma atroz guerra civil? Serão os lugares do submundo do crime? Seria nas igrejas cristãs, situadas em pleno território islâmico? Onde? O lugar mais perigoso do mundo para se viver é a barriga da própria mãe. É por essa razão que celebramos o Dia do Nascituro.
Essa é uma realidade que seria inimaginável se não fosse verdade. O lugar, que deveria ser o mais aconchegante e terno do mundo, tornou-se a passagem mais perigosa que um ser humano pode fazer na sua existência.
Se, neste momento, eu fosse uma alma prestes a ser infundida num embrião humano e tivesse consciência disso, eu estaria apavorado. Não são milhares, mas milhões e milhões de crianças brutalmente assassinadas, por ano, no ventre materno. E o pior: por quem? Pela própria mãe, pelo próprio pai.
A importância do Dia do Nascituro
Se a vida humana, em seu momento mais tenro e indefeso, está sob a mira de quem mais deveria guardá-la e protegê-la, de que ela vale? Ela não tem mais valor absoluto e inviolável, está condicionada à segurança, ao bem-estar e aos interesses de terceiros. Nessa escala de valores, toda a vida humana está em risco.
Por essa razão, o Dia do Nascituro, comemorado no dia 8 de outubro, celebra, especialmente, a vida do bebê no ventre de sua mãe. E não somente isso: celebramos, neste dia, o valor inviolável da dignidade da vida humana, do seu início até o seu fim.
Não é somente a vida do nascituro que está em questão, mas a vida humana, especialmente em sua condição de fragilidade e inutilidade para a sociedade.
Tanto é que a legalização do aborto, até o último instante antes do nascimento, em alguns países, já faz surgir uma lógica, que é a “eutanásia de recém-nascidos”.
Algumas pessoas, na Holanda, Alemanha e acadêmicos na Austrália, raciocinam que, se a criança pode ser morta um minuto antes de seu nascimento natural, por que não poderia o ser alguns minutos após o seu nascimento? Muito lógico!
Isso pouparia os gastos com exames pré-natais, para verificar patologias genéticas entre outras.
Essa eugenia pós-natal ainda não soa bem, mas, em breve, se tornará lei. Daí, virão novos passos, como eugenia em qualquer fase da existência humana, conquanto que a vida não esteja de acordo com os padrões sociais da época.
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Cultura da morte
Não precisamos ir ao futuro. Hoje, se a vida vale tão pouco diante do bem-estar, sucesso, bem materiais, até mesmo diante dos animais, ela acaba por perder o sentido em si mesma. Sem sentido, os jovens se entregam às drogas, à prostituição até o fim (também “lógico”), que é o suicídio, cada vez mais comum entre o público juvenil.
Aí surge a pergunta: “Por que os jovens estão tão violentos e sem esperança?”. Novamente, a lógica evidente: nessa cultura de morte, na qual, inclusive, são bem aceitas celebrações artísticas da morte (refiro-me, por exemplo, à naturalidade no uso da caveira como ingênuo enfeite nas roupas de nossas crianças), que beleza e sentido tem a vida? Para nós que cremos em Deus, um sinal inquestionável desse valor é o fato de o próprio Criador ter escolhido passar por esse caminho da existência humana e fazer essa nossa experiência de ser gente indefesa sob a guarda dos Seus pais.
O Filho de Deus poderia ter entrado no mundo de qualquer forma que quisesse, mas escolheu ser nascituro. Com isso, esse momento da vida humana, que já era grande por si mesmo, ganhou significado divino, porque o próprio Deus se fez nascituro.
Sendo de tão grande valor e beleza, a vida do nascituro deve ser celebrada.
Celebrando o Dia do Nascituro, queremos também protegê-lo ao suscitarmos nas pessoas, nas famílias e na sociedade, a consciência de que os nascituros têm o direito à proteção de sua saúde e vida, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio.
Celebrando o nascituro, celebramos a vida de cada ser humano, porque todos, invariavelmente, foram ou serão um dia um nascituro.