Maria Aparecida, 48 anos, foi violentada em 1975. Ela mesma se prontificou para contar sua história, pois é intransigentemente contrária ao aborto.
O estupro, resultou em uma gravidez, teve para ela conseqüências gravíssimas: a perda do noivo (que não aceitou a criança), a incompreensão dos parentes, surras diárias de sua mãe (que não acreditava que a gravidez resultasse de um estupro), e um parto por cesariana.
Seu filho Renato está agora cursando a faculdade.
– O que a senhora sentiu quando o filho nasceu?
Maria Aparecida: Eu não vi, porque fiquei na UTI. Mas, quando voltei e vi meu filho…. Nossa! Me senti a pessoa mais feliz do mundo! Não me lembrei de problema nenhum!
– A Senhora se arrependeu de não ter abortado?
Maria Aparecida: Nunca!
– Se a Senhora tivesse abortado, o que estaria sentindo hoje?
Maria Aparecida:Muito mal. Consciência pesada. Remorsos.
– A Senhora acha que qualquer mulher estuprada sentiria remorsos?
Maria Aparecida: Sim. Pelo resto da vida! Eu tenho certeza. Pois eu tenho remorsos só de pensar em abortar!
– Quando a Senhora olha para seu filho, pensa no estupro?
Maria Aparecida:Não. O preço por ter um filho de estupro é altíssimo. Mas, o preço da consciência pesada é muito maior. Eu tenho certeza de que quem aborta, vive sempre com um martelinho na mente batendo, para que nunca esqueça que é criminosa.
– Criminosa mesmo em caso de estupro?
Maria Aparecida: Mesmo em caso de estupro. De qualquer maneira.
– A mulher que sofre estupro não tem o direito de abortar?
Maria Aparecida: Não.
– Por que não?
Maria Aparecida: Porque a criança que está no ventre dela não tem culpa de nada.
– O que a Senhora sente quando olha para seu filho?
Maria Aparecida: Eu sinto amor de mais! E não suportaria agora pensar que ele não existiria, quando visse uma pessoa da idade dele. Valeu a pena e está valendo. Olha! Se você sofre demais pra conseguir uma coisa, é muito maior o amor. Porque esse filho é o que mais deu dilema.
(Maria Aparecida foi entrevistada em sua casa em 16/02/97.)
Diz o Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz:
“Os Juizados de menores estão com filas enormes de casais a espera de uma criança para a doação. Em último caso, será muito pedir a vitima de um estupro que deixe a criança nascer depois doe a quem quiser adotá-la? Será que a solução é matar?
Oferecer à mulher violentada a possibilidade de abortar é, alem de tudo um enorme desserviço prestado a ela. No estado de profundo do seu abalo emocional, ela não é capaz de decidir retamente, e poderá fácilmente aceitar o aborto que lhe propõem. Posteriormente, ela sofrerá traumatismos psíquicos, diante dos quais, o traumas do estupro é irrisório.
Cito palavras da mesma senhora Maria Aparecida cita acima:
Se é verdade que eu já presenciei várias vezes a alegria imensa de uma mãe pela presença de um filho, fruto de um estupro, a ponto de aliviar ou mesmo curar o trauma da violência, também é verdade que nunca vi o caso de um aborto trazer alívio psicológico para uma mulher.
As conseqüências do aborto são tão graves, que chegam a constituir um quadro clínico que os médicos chamam “síndrome pós-aborto”.
Como sacerdote, acostumado a ouvir confissões de moças e senhoras, posso dizer que não conheço algo que arruíne tão horrivelmente a psiqué de uma mulher quanto a lembrança de ter praticado um aborto”.
Entrevista com outros vitimas de estupro podem ser encontradas na página: www.providaanapolis.org.br/estupro.html
.: Do livro: Aborto? Nunca!… de Professor Felipe Aquino