Quais são os problemas que uma mulher que provocou o aborto deve encarar? Antes de tudo e principalmente, a necessidade de enfrentar a realidade de ter provocado um aborto.
A verdade é que, quando uma mulher aceita a submeter-se a um aborto, ela concorda em assistir à execução de seu próprio filho. Esta amarga realidade que ela tem que encarar, é exatamente o oposto do que a família e a sociedade esperam que elas sejam: pacientes, amorosas e maternais. Isso também vai contra a realidade biológica da mulher, que é preparada especialmente para gerar e cuidar de seu filho ainda não nascido.
Assumir o papel de “matadora”, particularmente de seu próprio filho, sobre o qual ela própria reconhece a responsabilidade de proteger, é extremamente doloroso e difícil.
O aborto é tão contrário à ordem natural das coisas, que automaticamente induz uma sensação de culpa na mulher. Os terapeutas têm observado pavores irracionais e depressões ligadas às experiências abortistas e chamam o problema de Síndrome pós aborto (SPA).
A terapeuta americana, Dra. Terry Selby, defende que o aborto é, antes de tudo, um procedimento físico, o qual produz um choque no sistema nervoso e que deve provocar um impacto na personalidade da mulher. Além das dimensões psicológicas, cada mulher que se submeteu a um aborto deve encarar a morte de seu filho que não nasceu, como uma realidade social, emocional, intelectual e espiritual. Quanto maior a negação, a rejeição, maior será a dificuldade para a mulher de enfrentar a realidade da experiência abortiva, mais graves serão as reações e mais doloroso será o tratamento.
Nenhuma criatura é tão amada nesta terra como o bebê por parte de sua mãe; e nenhuma criatura depende tanto da outra, como um bebe depende da mãe. É a relação humana mais intensa que a humanidade conhece. A mãe está pronta até a dar a vida por ele. Aliás, até com os animais ocorre assim. Se formos brincar com os pintinhos de uma galinha, ela certamente vai defendê-los, avançando contra nós. Nem a cobra mata seus filhotes… É lógico, portanto, que o aborto é uma grande violência para mãe, e também para o bebê.
O instinto materno é um dos mais fortes na mulher; por isso, ela jamais calará a voz da sua consciência diante da pratica do aborto. Ela sabe que matou o próprio filho e sabe que Deus também sabe. Muitas mulheres que abortaram deram o testemunho de que só encontraram a paz depois que se converteram e receberam o perdão de Deus.
O papa João Paulo II dirigiu um pensamento especial para a mulher que praticou o aborto.
“Um pensamento especial quero rexervá-lo para vós, mulheres que recorreram ao aborto. A Igreja está a par dos numerosos motivos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão e não duvida que, em muitos caso se tratou de uma decisão difícil, talvez traumática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu foi e permanece profundamente injusto. Mas, não vos deixe cair no desânimo, nem percais a esperança.
Se não fizeste ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda misericórdia vos espera para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da reconciliação. Vos dareis conta de que nada está perdido e podereis pedir perdão também ao vosso filho que agora vive no Senhor.
Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloqüentes defensores do direito de todos à vida.
Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carente de solidariedade, sereis artífices de um novo modo de olhar a vida do homem”.