A tendência das pessoas é ouvir só o que querem e olhar apenas para aquilo que querem ver
Um desafio nos relacionamentos – sejam eles na escola, no trabalho, em casa, com os amigos – é buscar o equilíbrio entre o falar e o escutar, sobre o quanto se fala e o quanto e como se escuta. Ouvir não é apenas colocar seu ouvido em escuta, ou seja, absorvendo o que o outro está falando, mas também perceber o que exatamente o outro diz para conhecê-lo melhor.
Quando você vai a uma loja onde o vendedor tem uma perfeita compreensão do que deseja, ele geralmente é assertivo e traz exatamente o produto que você busca, não é mesmo? Quando ele está distraído com outras coisas, preocupado com outras pessoas ao redor, geralmente você se incomoda, pois sente que ele não se comunica verdadeiramente com você.
Podemos comparar essa situação com nossos relacionamentos: quando não conseguimos “sair de nós mesmos” para perceber o outro, geralmente a comunicação vai mal. Mais complicado ainda quando, nesses relacionamentos, nós damos a nossa interpretação, muitas vezes, cheia de distorções, daquilo que ouvimos e tiramos conclusões precipitadas.
Para que possamos ser melhores ouvintes, é importante que possamos captar corretamente o sentido daquilo que a pessoa diz, evitando, assim, uma enxurrada de mal-entendidos. Mais do que as interferências e os ruídos externos numa mensagem, o que mais atrapalha são os ruídos internos, ou seja, aquilo que fica em nós e interpretamos, que então nos tira do foco e do real sentido daquela conversa.
A tendência das pessoas é ouvir apenas o que querem ouvir e olhar apenas o que realmente querem ver, ou seja, acabamos sendo seletivos e dando uma opinião individualizada e até mesmo conveniente a nós naquele momento.
Uma certa expressão diz que escutamos meia parte do que é falado, prestamos atenção na metade dessa metade e lembremos da metade disso tudo. Sendo assim, já pensou como e quanto retemos do que conversamos? E se desse pouco ainda tirarmos sentidos particulares, os resultados serão complicados.
Quando escutamos atentamente, demonstramos aceitação do outro e, acima de tudo, uma atitude amorosa e tão em falta em nossos dias atribulados e cheios de tecnologia e velocidade.
Que tal começar aos poucos a rever a forma como tem se comunicado no dia-a-dia em seus relacionamentos? Muitas vezes, aquela dificuldade com uma pessoa pode estar na pouca disponibilidade em ouvir, ou ainda, na forma como você interpreta, erroneamente, a mensagem do outro.
Pense nisso!