Férias

Tempo de férias: indo além do ócio e do entretenimento

Férias com propósito: mais que lazer, um tempo para crescer

Julho, mês de férias, passeio, viagem, estar junto, mas… será que é só isso? Tenho que seguir assim? Esse pensamento é único? É o melhor? Existem outras formas para viver as férias?

Questionando o propósito das férias

No tempo, o que vivemos aqui passa bem rápido e muitas vezes nos perdemos no “fazer as coisas”, mas sem analisar se as mesmas estão valendo à pena, se nos fazem crescer. São Tomás de Aquino dizia que 3 coisas são necessárias para a salvação do homem: saber “o que deve crer?”, “o que deve querer?” e “o que deve fazer?”. Cabe aqui nos questionarmos, nessas férias, onde não teremos nenhuma obrigação de trabalho ou escola, se eu sei o que devo fazer… veja que a pergunta não se refere ao que gosto ou não, mas ao que devo! Se devo, é porque será melhor para mim, far-me-á crescer, ser melhor ou estar melhor. Isso, sim, importa! Isso sim é um investimento em mim, mesmo no lazer, mesmo nas férias.

 

Créditos: Daniel de la Hoz / GettyImagens

 

A vida não pode se tornar uma viagem aleatória, sem rumo e sem esteio, numa “selva escura” de desorientação existencial, tal como descrita no Inferno de Dante. Ela precisa ser uma viagem rumo Àquele que nos criou, sabendo que existe um fim último, e esse fim nos espera para um novo começo. Esse sim não mais terá fim. Para chegar lá, não posso desperdiçar o tempo, principalmente as férias, onde terei tempo de sobra para investir em mim mesmo e preparar mais e melhor o caminho para o Eterno.

Vivendo as férias com intenção e propósito

Sim, podemos sair, viajar, passear, mas nunca esquecendo as três perguntas de São Tomás de Aquino: “O que deve crer?”, “O que deve querer?” e “O que deve fazer?”. Essas devem ser as perguntas que direcionarão nas escolhas que faremos nas férias para buscarmos o CRESCIMENTO INTERIOR.

Não é fazer por fazer, viajar por viajar, ou sair por sair, mas, em tudo que fizer, ser uma atividade cujo fim último seja a busca pela salvação, que só é encontrada em Deus. Ao contrário do que se divulga na cultura atual de buscar um entretenimento imediato e numa distração ociosa para descanso domingueiro ou agitação sensível, os passeios, viagens, saídas das férias deveriam ter um senso de crescimento interior, uma diversão que nos auxilie num crescimento filosófico, moral, científico, teológico… Muitas vezes, passam desapercebidos itens da cultura clássica como música, livros e filmes que aprofundam a transcendência, aprofundando naquilo que efetivamente é permanente e essencial ao homem. São materiais que motivam o autoconhecimento, o encontro consigo mesmo, saindo de uma superficialidade e impessoalidade.

Rompendo o ciclo trabalho-entretenimento

Como ensina Sarrais, em ‘Aprender a Descansar’, para romper esse círculo vicioso e alienante de trabalho-entretenimento é preciso redimensionar o tempo livre, aproveitando-o de forma inteligente e produtiva, em atividades menos exigentes, mas não menos importantes: redescobrir o valor do esporte, como exercício físico de fortaleza e autossuperação; a beleza da leitura e da audição musical, como atividades silenciosas e reflexivas de autoconhecimento e observação da realidade; e a alegria da conversa espirituosa com um bom amigo ou familiar.

 

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Veja, conforme diz Pascal, a diversão pode se tornar um grande mal para nós, já que pode nos impedir de pensar em nós mesmos. E como sermos melhores, fugindo de nós mesmos?

Aproveite suas férias. De verdade. Mas em atividades que o aproximarão mais de si mesmos, e assim, quanto mais próximo de você, mais facilmente entrarás Deus, como diz Santa Teresa d’Ávila: “Buscar-Te-ei em mim; buscar-me-ei em Ti”.

Junior Alves
Missionário da Comunidade Canção Nova