Educação Sexual

A importância de falar sobre sexualidade entre os casais

A grande revolução sexual da década de 1960 pôs de ponta cabeça tudo o que a humanidade dizia – bem ou mal – sobre sexualidade. De repente, todos fomos proibidos de proibir qualquer coisa. A busca do prazer, legítimo em si, entrou em velocidade crescente e sem possibilidade de usar freios que mantivessem uma velocidade de segurança.

A vida sexual plena, fora do casamento, foi estimulada sem nenhum entrave. Daí, para a juventude concluir que casar e ter uma família aprovada pela sociedade é totalmente cafona foi apenas um passo. O novo jeito é juntar os trapos e morar juntos, e permanecer apenas enquanto der tudo certo. Ou então, partir para a gravidez fora da vida familiar.

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Foto Ilustrativa: YakobchukOlena by Getty Images / cancaonova.com

Fidelidade no casamento

A fidelidade conjugal entre casais estáveis passou a ser um pio desejo. O coração não deve ser cerceado nos seus encantamentos amorosos, restando-lhe apenas uma cautela prudencial, para não ser surpreendido pelo ciúme da cara metade. Caso exista uma inclinação insopitável, provinda de fatores educacionais, que arraste o indivíduo a avaliar pessoas do próprio sexo, como complementares à sua personalidade, por que não se entregar livremente a esse prazer, embora de cunho incompleto? A televisão não propugna abertamente o sexo virtual, em plena luz do dia, ensinando maneiras insuspeitadas de satisfazer a libido?

A moralidade encorajada pela Bíblia é mais realista e mais humana. Ela apregoa a beleza do sexo, mostra que é uma das energias mais fortes e positivas da natureza humana. Mas é um rio caudaloso, que precisa ser mantido dentro do seu leito, para não levar destruição à natureza.

As Escrituras testemunham a atração irresistível que os dois sexos exercem entre si. “Deus viu que tudo o que fizera era muito bom” (Gen 1,31). Pelos exemplos concretos, apontam que a sexualidade é a energia que motiva o verdadeiro progresso da humanidade. O sexo, dentro de uma reta ordem, é fator de alegria e garantia de sobrevivência da espécie humana.

Será, no entanto, que não precisamos de uma escala de valores, onde haja espaço também para as alegrias do intelecto e do encontro místico com Deus? Tais alegrias tem o cunho de serem mais completas. “Os puros verão a Deus” (Mt 5, 8). A educação sexual das novas gerações deve passar pelo apreço e encantamento das qualidades do outro sexo. Como também pela disciplina de guardar-se, sexualmente, para a pessoa amada.

Isso vale até para quem tem uma vida de consagração total a Deus.

Dom Aloísio Roque Oppermann