Será que sou homem ou será que sou mulher? O que significa e o que devo fazer quando surgir essa pergunta
A vida do ser humano é repleta de questionamentos, e estamos nos perguntando a todo momento. Essas perguntas – Será que sou homem ou será que sou mulher? – são chamadas de “dúvidas existenciais”, porque fazem parte da nossa existência e da vida humana. Todos nós pensamos, e porque pensamos, perguntamo-nos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo. Essas perguntas são importantes para que possamos nos posicionar de forma concreta na vida, isto é, como pessoas.
Nesse sentido, elas acontecem naturalmente à medida que vivemos. Quem sou eu? De onde eu vim? Para onde vou? Como surgi? A vida tem algum sentido? Sou amado? Sou importante para alguém? Qual a profissão vou escolher? Depois da morte, o que acontece? Deus existe mesmo?
Assim, como perguntamos em diferentes contextos e situações, naturalmente surge a questão: Será que sou homem ou será que sou mulher?. O fato de fazer essa pergunta, de maneira nenhuma significa que somos homossexuais, antes, é uma tentativa de descobrir algo importante sobre nós mesmos, ou seja, nossa identidade sexual.
Por que ocorre maior manifestação na adolescência?
Essa pergunta é natural e muitos a fazem no decorrer da vida, mas ela tem um período de maior manifestação na adolescência. Por que nesse período? Porque é na adolescência que buscamos a descoberta da nossa identidade, ou seja, o que nos diferencia dos outros. Estamos tentando, neste momento de vida, encontrar a nossa forma única de ser e estar no mundo.
Segundo Griffa e Moreno, no livro ‘Chaves para a psicologia do desenvolvimento’, uma das tarefas importantes na fase da adolescência é chegar a uma autodefinição, a valorização e a segurança pessoal, assim, o jovem deve alcançar a identidade que o levará como independente dos seus pais. Por isso, ele se pergunta quem ele é e ainda dentre estes questionamentos: Será que sou homem ou será que sou mulher?.
Griffa e Moreno ainda ressaltam que a descoberta da identidade pessoal é lenta e gradual, inicia-se na concepção e se desenvolve mediante o autoconhecimento adquirido ao longo da vida. A adolescência é a passagem de uma identidade reconhecida, ou seja, como os pais e os outros o veem (Você é um homenzinho como o papai! Você é linda como a mamãe!), para uma identidade assumida: realmente sou um homem, sou uma mulher.
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Muitos começam a se questionar, porque se sentem atraídos pelo mesmo sexo. No entanto, em muitos casos, sentir atração por um igual pode relacionar-se à tentativa de identificar-se, veem na outra pessoa o corpo, a beleza ou alguma característica pessoal que desejariam possuir, ou ainda, porque se sentem tímidos e receosos de encontrar com um diferente dele, haja vista que a aproximação com um igual é mais fácil.
Acreditamos que muitos já se fizeram essa pergunta e encontraram seu caminho, puderam responder com liberdade e não sofreram pressões sociais para entender essa dúvida como indicativa de uma tendência qualquer. Por outro lado, temos visto na atualidade que há aqueles que se fazem esse questionamento existencial e não podem, muitas vezes, responder, uma vez que as respostas já foram dadas por outros, por grupos que têm forte influência na sociedade, justificando que se alguém fizer este tipo de pergunta, provavelmente não é heterossexual e deverá fazer a sua escolha para sentir-se livre e expressar sua sexualidade.
O que fazer quando esse questionamento surgir?
Primeiro, entender que é uma pergunta natural e séria para o ser humano, e, a partir dessa pergunta, a pessoa encontrará um sentido para sua existência, e ao encontrar-se com essa resposta (que somente a pessoa pode dar), ela se realiza enquanto pessoa e, com certeza, não adoece no futuro.
Segundo: se, por ventura, você identificar dificuldade pessoal para responder, busque ajuda de alguém que tenha realmente condições de ver esse questionamento como importante na sua existência e entender que a resposta a ela só poderá ser dada por você mesmo. Procure alguém que tenha coragem de levá-lo ao encontro verdadeiro e genuíno com você mesmo.