Tenho aprendido pelos estudos e pela experiência que a maturidade humana só é possível pela vivência do amor autêntico que possui, segundo a Igreja, sua expressão profunda na doação e no acolhimento.
No que envolve esta doação e acolhimento, podemos dizer que a vivência profunda destas dimensões do amor somente será possível por meio da gratuidade.
Esta gratuidade consiste em amar como Jesus amou, ou seja, na doação sem interesse, sem desejo de retribuição ou satisfação pessoal.
Muitas vezes manifestamos amor as pessoas, mas no fundo esta manifestação não é autêntica, pois pode estar movida pelo interesse de satisfação pessoal. Por exemplo, converso com um amigo, mas o meu interesse de ouví-lo no fundo é para depois desabar não como uma necessidade de dar-se a conhecer a ele, mas pelo simples fato de usá-lo como um vomitório.
Posso dar uma manifestação de afeto, mas para receber afeto, posso dar um presente ou fazer qualquer coisa tendo no fundo a intenção de obter a partir daí uma satisfação pessoal.
Esse tipo de comportamento não leva ao crescimento, mas a um crescente fechamento em si mesmo, nos paralisa em nossas qualidades, nos impede de darmos a vida por um ideal autêntico de serviço, de construção pessoal e daqueles que estão conosco em nosso dia-a-dia.
O que nos leva a viver o amor gratuito chama-se castidade.
O sentido profundo da castidade está no viver com pureza nossas atitudes, pensamentos e palavras. Sou casto nas atitudes quando busco simplesmente fazer o bem sem interesse algum, mas por amor a Deus. Sou casto nos pensamentos quando não alimento imagens que me trazem um prazer egoísta. Sou casto nas palavras quando quero edificar o outro e não servir das palavras, escritas ou ditas, para possuir o outro ou para obter algum benefício.
A vivência desta qualidade de amor nos leva a uma morte diária, pois nos coloca contra as mais profundas inclinações de nossa concupiscência.
Porém é um caminho seguro de realização pessoal, de liberdade e santidade. Nos leva a viver em atitude de vigilância constante. Enfim nos faz “homens novos para um mundo novo”.