Todos os meses, você encontra uma cor diferente para uma campanha de conscientização. Temos o Janeiro Branco, alertando sobre a saúde mental; o Novembro Azul, que fala sobre o câncer de próstata, mas tudo começou com o Outubro Rosa, que trata da conscientização acerca do câncer de mama.
Créditos: ThitareeSarmkasat by Getty Images.
Em 1990, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, a Fundação Susan Komen organizou a Primeira Corrida pela Cura, e distribuiu aos participantes laços cor-de-rosa.
Em 1991, a Fundação passou a utilizar o laço cor-de-rosa como emblema oficial da luta contra o câncer de mama e, rapidamente, essa ideia se espalhou por todo o mundo. E o mês de outubro passou a ser o mês oficial de combate ao câncer de mama, sendo conhecido como Outubro Rosa.
O câncer de mama no Brasil
No Brasil, a estimativa é de que ocorram, aproximadamente, 42 casos de câncer de mama com cerca de 12 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres, sendo responsável pelo maior número de mortes por câncer em mulheres no Brasil. Mas novos casos e mortes poderão ser evitados, e é isso que vem nos alertar com o Outubro Rosa.
A mamografia é o meio eficaz para a detecção de lesões
Hoje, a mamografia é o meio eficaz para a detecção de lesões que ainda não são palpáveis, lesões ainda muito pequenas, que, quando vistas precocemente e tratadas de maneira adequada, elevam a taxa de cura para perto de 100%.
Antigamente, falava-se em palpar as mamas e, se achasse um caroço, deveria ir correndo ao médico. Hoje, falamos em mamografia, falamos em ver a imagem de uma lesão muito pequena, de não chegar a aparecer um caroço na mama.
Mas quando deve ser feita a mamografia?
No Brasil, o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer, recomenda mamografia a cada 2 anos, a partir dos 50 anos até os 69 anos, que é a faixa onde ocorre a imensa maioria dos casos de câncer de mama.
Mas atenção: para as mulheres com casos de câncer de mama na família, poderá ser necessário iniciar antes as mamografias. Por isso, o acompanhamento de seu médico ou sua ida a uma Unidade Básica de Saúde próxima à sua casa é fundamental, pois eles irão orientá-lo.
O câncer de colo de útero deve ser motivo de atenção
Mas não é somente o câncer de mama que deve preocupar as mulheres, também o câncer de colo de útero deve ser motivo de atenção. Antigamente, era o câncer que matava o maior número de mulheres, mas, com o aumento da cobertura do Exame de Papanicolau, também conhecido como Preventivo, o número de mulheres com câncer de colo uterino foi reduzido.
Mas ainda assim temos um grande número de mulheres acometidas por essa doença.
O câncer do colo de útero no Brasil e a prevenção
Há, no Brasil, aproximadamente, 15 casos de câncer de colo de útero com aproximadamente 5 mortes por 100 mil mulheres. Esse número é maior na região norte e menor na região sudeste. Para prevenir o câncer de colo do útero, a mulher deve procurar uma Unidade Básica de Saúde para a coleta do exame de Papanicolau. Com exames normais em 2 anos seguidos, ele deverá ser repetido a cada 3 anos.
A coleta do exame para detecção do HPV
Agora, o SUS já está implementando uma nova estratégia, que é a coleta do exame para detecção do HPV, o exame HPV-DNA.
HPV significa Papiloma Vírus Humano, um vírus que causa o câncer de colo uterino. Sim, esse câncer é causado por um vírus, e se, no exame HPV-DNA, ele não aparecer, a mulher deverá repetir o teste após 5 anos.
Mas se for positivo para o HPV 16 e 18 (existem muitos subtipos de HPV, mas 70% casos de câncer são causados pelos subtipos 16 e 18), a mulher será logo encaminhada para uma avaliação complementar, o exame de colposcopia, onde será detalhadamente avaliado o colo uterino.
A importância do exame Papanicolau
Se for positivo para outros subtipos oncogênicos diferentes do 16 e 18, a mulher deverá fazer o Papanicolau, e se esse estiver alterado, será encaminhada para colposcopia. Se for normal, deverá repetir o teste após 1 ano.
Veja bem, enquanto o Papanicolau busca ver se há alterações precoces nas células do colo do útero, o exame de HPV-DNA busca verificar a presença do vírus, que poderá levar a alterações nas células e, assim, aumentar a vigilância para que pequenas lesões precursoras (que vem antes do câncer) possam ser detectados e tratadas.
A prevenção primária do HPV é a vacinação
Não podemos nos esquecer de que a prevenção primária do HPV é a vacinação, que está disponível em todas as Unidades de Saúde para homens e mulheres dos 9 aos 14 anos.
Mas não podemos nos esquecer de que o HPV é transmitido por relações sexuais.
Leia mais:
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.:A importância da confiança no tratamento do câncer
.:Maternidade durante o tratamento de câncer
A prevenção é tudo
Precisamos cuidar de nossos corpos e lembrar, em todos os momentos, que somos templo do Espírito Santo, onde habita Deus. Então, prevenção é tudo.
Procure seu médico ou a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência e faça seus exames regularmente.
Djalma Santos – CRM 62184 –, é médico ginecologista especialista em endometriose, dor pélvica e ginecologia minimamente invasiva, Professor na Universidade de Taubaté.
