Maria, a mulher de oração
Irmãos, essa catequese nos leva a meditar sobre como viver bem este ano santo convocado pelo Papa Francisco, um jubileu de esperança e santidade. Busco, com essa reflexão, auxiliar na vivência plena desse tempo jubilar. Hoje, refletiremos sobre a oração com Maria, a Santa Mãe de Deus.
Uma questão frequente é: sendo Jesus o único mediador entre Deus e os homens, por que pedir a intercessão de Maria? Por que os católicos rezam a Nossa Senhora e a veneram com esse título? A resposta é simples e fundamentada na Bíblia e na Doutrina Católica: existe um único mediador, Jesus Cristo. Fora d’Ele, não há mediação.
A intercessão de Maria no mistério da Igreja
Entretanto, esse único mediador possui um corpo místico, que é a Igreja. Colossenses 1,18 afirma: “Cristo é a cabeça do seu corpo, que é a Igreja.” E, dentro da Igreja, Maria ocupa um lugar privilegiado. Ela representa para nós o que devemos ser para Deus: a mulher de oração, santa, imaculada, que disse sim a Deus, acreditou, gerou o Filho de Deus e o anunciou ao mundo, orientando-nos a fazer tudo o que Ele nos disser.
A Igreja, ao contemplar Maria, reconhece nela sua própria vocação. Maria é a figura que Deus nos presenteou. Jesus, na cruz, disse: “Filho, eis a tua mãe; mulher, eis o teu filho”, consagrando o papel de Maria na salvação.
Rezar com Maria e rezar como Maria
Nesta catequese, destaco dois pontos: rezar com Maria e rezar como Maria. Rezamos com Maria, porque ela é a mulher da oração, e, mesmo no céu, permanece em oração diante do Pai. Rezamos como Maria, porque ela participou intimamente de tudo o que Jesus viveu, fez e faz, estando unida a Ele.
Maria e os anjos na intercessão
Os evangelhos afirmam que, no céu, seremos como os anjos. As escrituras mostram os anjos intercedendo e rezando. Jesus nos exorta a não desprezar os pequeninos, pois seus anjos estão diante de Deus, rezando por eles. Se seremos como os anjos, poderemos interceder como eles, sem diminuir a mediação única de Cristo. No Apocalipse, a mensagem divina é transmitida por um anjo a João, e este à Igreja. Maria, no céu, age como os anjos, intercedendo e aparecendo, sem substituir a mediação de Cristo.
A disponibilidade na oração mariana
Portanto, devemos rezar não apenas com Maria, que intercede por nós diante de Deus, mas também como ela: com confiança, amor, entrega e disponibilidade. Maria teve uma atitude de abertura do coração e total disponibilidade, e devemos segui-la abertos e disponíveis à Palavra de Deus.
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O santo rosário: expressão da oração com Maria
Rezar com Maria, a partir da experiência mariana da fé católica, é rezar com e como ela. A maior expressão disso é o Santo Rosário, um resumo do Evangelho. Rezar o Rosário e meditar seus mistérios é conhecer a vida de Jesus Cristo essencial para a nossa salvação. Não é mera repetição, mas um modo de estudar a Palavra de Deus em oração, a liturgia dos simples. Rezamos o Santo Terço como Maria viveu e rezou.
A presença de Maria na oração
Santa Bernadette, ao rezar o terço, via Nossa Senhora acompanhando sua oração, sem rezar para si mesma, mas como que dizendo: “Estou com vocês”. Assim, rezamos com Maria, e ela reza conosco. Rezamos como ela, intercedendo, amando, adorando, com o coração aberto, permitindo que Jesus realize Sua vontade em nós. Que nossa oração seja: “Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”.
Deus abençoe você em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Padre Bruno Otenio
Membro do clero da Diocese de Guarulhos. É formado em Filosofia pela UNIFAI-SP e bacharel em Teologia pela PUC-SP. Possui uma especialização em Logoterapia e Análise Existencial pelo Instituto Gewissen. Atualmente, é mestrando em Teologia Moral na Pontifícia Academia de Teologia Moral Alfonsiana em Roma na Itália, e faz pós-graduação em Psicologia Tomista pelo Instituto de Psicologia Tomista.
Transcrito e adaptado por Jonatas Passos