Conheço tantos “Josés”: Zeca, Zezinho, Zé, Zezé, Zequinha… e até o mais original que já vi: Borracharia do Sozé! É um dos nomes mais populares que existem. A humanidade conserva, com carinho e respeito, o nome deste homem que soube mais do que ninguém ultrapassar os preconceitos, acreditar em sonhos e viver a mais pura realidade. E pensar que a salvação da humanidade passou pelo bom senso desse tal de José. Se ele tivesse simplesmente seguido a lógica das coisas, teria deixado acontecer o que a lei previa. Maria, encontrada grávida antes de cohabitar com ele, poderia até ser apedrejada. Imagine que a salvação da humanidade morreria no ventre daquela menina. Ninguém saberia que ela estava grávida do Filho de Deus.
No entanto, José foi companheiro. Ele tinha uma mística que precisa ser imitada por nós. Sabia acreditar nos sonhos; sabia ouvir a voz do coração. Naquele dia, mesmo sem entender bem como tudo estava acontecendo, a assumiu como sua esposa. A humanidade o assumiria como patrono da Igreja de todos os tempos e de todos os lugares. As pessoas o chamariam de “homem justo e fiel”. Justiça na Bíblia é isso. É fidelidade à vontade de Deus. Esse grande santo soube discerni-la e encontrou nela o seu caminho de felicidade. Ah! Se os maridos de hoje entendessem um pouco de José. Precisamos “joseficar” mais os homens.
As mulheres reclamam, e com razão, que a maioria dos homens não entende o universo feminino. José entendeu. Soube respeitá-lo. Apesar de ser um rude carpinteiro, tinha sensibilidade suficiente para entender que Maria era uma mulher especial. Ele a tratou como a escolhida de Deus. Não pensou somente em si. Pensou nela e em todos nós. Imagine só: A virgindade da Santíssima Virgem passou pela castidade de José. A dela é dogma de fé; a dele nós nem sempre nos lembramos. Ah! Se os homens fossem um pouco mais parecidos com José. Não ouviríamos a reclamação mais comum das mulheres: “Ele não me ouve; não me deixa falar; diz que falo demais; só quer saber de trabalho; dá mais carinho para o carro do que para mim; é rude; pede coisas que não gosto; tem fantasias grotescas; bebe demais; tem piadas de mau gosto; etc, etc, etc”.
Imagino as noites da família de Nazaré. Sem televisão nem Internet. Noites de diálogo e de carinho. Certamente não era uma família muito diferente. Após o dia de trabalho na carpintaria, chegavam famintos… os dois meninos de Maria: Jesus e José! E foi assim durante muitos anos. Não sei quantos. Depois do banho vinha o jantar e a conversa ia longe. Sobre o que conversavam? Nenhum evangelista deixou isso por escrito. Mas a sabedoria de Jesus veio do convívio com os pais. Ele sabia ler e escrever em um tempo no qual 99,9% da população era simplesmente analfabeta. Quem O introduziu na arte das letras? Quem lhe ensinou o b-a-ba? Não… nem Ele nasceu sabendo. Até o Filho de Deus teve de aprender. José e Maria foram ótimos catequistas. Seu “Catequizando” catequizou a humanidade. Veja só!
Quantas lições o “velho José” ensina às famílias de hoje, que já não têm tempo para catequizar seus filhos. Muitas, simplemente, delegam essa missão aos catequistas da paróquia. Tudo bem. Mas no dia do casamento o padre pergunta ao casal: “Prometem receber com alegria os filhos que Deus mandar e educá-los na fé de Cristo e da Igreja?” E eles, solenemente, responderam: “SIM, prometemos”. Então, essa é uma das missões da família cristã. Conversar sobre Deus; transmitir a fé; educar na religião.
Tenho visto que algumas mães já não levam os filhos pequenos na igreja, porque dizem que eles fazem bagunça. Bendita a bagunça da criança que é educada ao pé do altar! Prive seu filho desse ambiente e terá um adolescente distante de Deus.
Jesus foi educado por Maria e por José nas coisas da Igreja. Ele costumava ir à Sinagoga. Quando foi sozinho, mais tarde, até fez a leitura do dia. Que São José nos ajude a entender as lições da família que reza unida… e permanece unida!
Santo do povo, rogai por nós!