Quem vê cara não vê coração

Queremos viver a sinceridade em todas as esferas de nossos relacionamentos, mas, algumas vezes, vivemos alguns dissabores. A decepção amargará nossa vida, especialmente, quando deparamos com a realidade de alguém não corresponder com aquilo que realmente esperávamos, seja em nossas amizades seja em nossos relacionamentos amorosos.

Sabemos que nenhum ser humano é perfeito, assim, não estamos isentos de experimentar e viver os resultados de suas imperfeições dentro de nossos convívios. Não deveríamos nos surpreender quando defrontamos com algumas delas [imperfeições], pois da mesma maneira, reconhecemos outras em nós mesmos.

Quando começam a aparecer as diferenças de comportamento num relacionamento, surgem também os conflitos. E, muitas vezes, nós caímos na tentação de dizer que “fulano” está colocando as “garras para fora”; isto é, está manifestando aquilo que realmente o é.

Nossos convívios poderão se tornar difíceis ou insuportáveis quando a mentira e as dissimulações começarem a fazer parte do cotidiano; especialmente se essas situações acontecerem num namoro. Por isso, a importância de uma observância maior será sempre útil, antes de qualquer atitude mais profunda para um relacionamento.

A sensação de ter sido enganado ou de alguém estar brincado com os nossos sentimentos pode, muitas vezes, nos causar repulsa quando percebemos que aquela pessoa, que antes parecia tão atenciosa, se mostra oportunista ou quando aquele que nos parecia meigo, em outro momento, revela-se ardiloso. Por essa razão, seria mais prudente se antes de nos envolvermos com determinada pessoa, tivéssemos acesso às suas características, tal como encontramos nos aparelhos eletrônicos; mas ninguém traz marcado na fronte um manual de instrução. Se, por um lado, não podemos ter acesso a esse “manual”, por outro, temos a oportunidade de conhecer, antecipadamente, um pouco mais sobre a pessoa com quem estamos nos relacionando, procurando saber de sua história e observando seu comportamento.

Ao contrário do que possa parecer, não se trata de fazer um pré-julgamento de alguém – simplesmente a partir dos comentários ouvidos, mas de se considerar, com cautela, o que pode ser verdade ou não a respeito deste. Sabemos que é durante o convívio na amizade que conhecemos verdadeiramente a índole de alguém. Entendo que muitas pessoas se empenham no desejo de romper as barreiras de suas imperfeições; entretanto, outras parecem estar acomodadas em seus defeitos – não optando pela própria mudança de vida. Somente poderemos alcançar os benefícios em nossos relacionamentos quando estes estiverem fundamentados nos desejos mútuos e na verdade.

Para não sermos confundidos em nossos sentimentos, precisaremos equilibrar nossas emoções com “pitadas” de racionalidade para que não corramos o risco de viver maiores decepções. Como dizem os mais velhos: “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!”

Deus abençoe e um abraço!