A convivência com o nosso semelhante nos traz ensinamentos e nos ajuda a desenvolver a arte da assimilação diante de uma nova situação. De maneira especial, buscamos sempre estabelecer alianças duradouras com quem convivemos e, nessa convivência conflitos e tribulações nos relacionamentos não serão uma raridade, quer seja em família, com vizinhos ou em qualquer outro meio social.
Além de nossa própria “sombra”, tribulações sempre estarão presentes ao longo de nossos dias. Independentemente da idade, sexo ou credo, estamos sujeitos a viver as mesmas situações que alguém já tenha experimentado. Entretanto, a diferença que buscamos poderá estar na atitude assumida diante de cada problema.
Muitas vezes, a vontade de desistir frente às amargas situações é iminente, mas se nos entregamos a esse desejo, estaremos nos sujeitando a viver os resultados nada realizadores de uma atitude prematura.
A atitude de romper um relacionamento com essa ou aquela pessoa, com a qual se vivia anteriormente uma aliança de amizade, nos parece ser o gesto mais apropriado quando nos sentimos injustiçados. O isolamento, a busca por uma aparente proteção, restringindo o número de amigos em meia dúzia de pessoas, a vontade de “derreter” ou “sumir do mapa” poderiam ser o nosso primeiro desejo em tais circunstâncias. Algumas pessoas poderiam, dentro de seus corações, condenar “à morte” àquelas que seriam as ferramentas do seu crescimento como ser humano.
Acredito que a amabilidade, a tolerância, a compreensão e a flexibilidade são adquiridas diretamente com o resultado da relação interpessoal e nisso está a plenitude do nosso viver.
Quantas turbulências e situações, que pareciam ser o “final do mundo”, viveram os casais, amigos, pais e filhos, que foram superadas quando estes aprenderam a se apoiar um no outro, concedendo-se o crédito da confiança, do perdão, da credibilidade…
O nosso crescimento como ser humano acontece a partir da superação dos conflitos. Se evitarmos tal desejo de superação, estaremos, conseqüentemente, condenando à estagnação e fadando à falência nossa evolução como ser humanos.
O exercício de buscar o restabelecimento da aliança da boa convivência, ao contrário do que se possa pensar, não é uma atitude de alguém sem brio. Este é um gesto esperado de todo cristão. Dessa maneira, estaríamos exercendo, sobretudo, o aprendizado de amar e perdoar… perdoar e amar…amar e perdoar…setenta vezes sete…
Decidir-se por assumir uma atitude diferente é um desejo que depende única e exclusivamente de nós. Reconhecemos que não se trata de uma atitude simples, mas sabemos que o querer é nosso e o poder é de Deus. Assim, juntos poderemos atingir a plenitude em nossas vidas.
Deus nos abençoe,