Nos meus anos de curso superior vivi uma experiência ímpar com um colega de classe.
Ele já era formado em Engenharia, mas desejava fazer o curso de matemática para poder ensinar tudo aquilo que sabia sobre as ciências exatas.
A convivência com ele me fez conhecer algo bem interessante do mundo intelectual…
Ele tão dotado de conhecimento, não falava de muitas outras coisas, a não ser de assuntos como: limites trigonométricos e exponenciais, propriedades das integrais indefinidas, derivadas das potências racionais de x, noções intuitivas de limite, derivada das funções hiperbólicas, cálculo da integral definida, equações diferenciais lineares de ordem n…
Você deve estar perguntando: o que tem a ver tudo isso?
Exatamente isso me impressionou na história desse colega.
Era profundamente estudioso da matemática e da física, mas resolveu deixar tudo isso para um experiência nova, pois, apesar de ser esse seu mundo, era um mundo solitário, poucas pessoas conheciam os “assuntos matemáticos” dos quais ele falava com tanta propriedade. Não tinha com quem compartilhar suas idéias e pesquisas, senão com umas três pessoas da nossa classe que se interessavam por este tipo de assunto, além de ter dificuldade de dividir seus conhecimentos com alguém.
O ser humano tem necessidade de partilhar seus sentimentos.
Precisamos ter alguém para partilhar nossas alegrias e tristezas, nossas vitórias e derrotas, nossos sonhos, conquistas, alguém que faça parte da nossa vida, que compartilhe conosco o que vivemos.
Se não tivermos alguém que se alegre conosco, nossa vida fica sem sentido. De que adianta estarmos felizes se ninguém sabe disso. Felicidade e infelicidade são sentimentos para ser compartilhados.
Esse amigo matemático descobriu isso, deixou um pouco de lado a lógica para poder compartilhar seus desejos, projetos que tinha para o futuro, seus sentimentos de realização na busca do conhecimento.
Sem alguém para compartilhar não haveria troca de idéias, nem sorrisos, nem abraços, nem motivos para se alegrar ou entristecer…
Pessoas que vivem isoladas, entram facilmente em depressão, elas não tem com quem compartilhar, não tem talvez razão para viver.
Vale a pena descobrir a arte de compartilhar. Quem sabe fazê-lo é mais feliz, porque experimenta a cura do coração.