A devoção à Nossa Senhora nos ajuda a compreender que ela está conosco sempre
Enquanto celebramos, aqui em nossa Arquidiocese, as festividades de Nossa Senhora da Penha há 378 anos – uma antiga devoção da Igreja que peregrina no Rio de Janeiro – muitas outras manifestações em louvor a Bem-Aventurada Virgem Maria estão acontecendo, pois o mês de outubro é rico em devoções marianas. A festa de Nossa Senhora do Rosário, aqui celebrada com a festa da “Senhora do Rosário”, e as tradições da Região Norte presentes nesta capital como o “Círio de Nazaré”, se unem a todo o Brasil com a festa da padroeira principal de nosso país.
Nesse sentido, ao celebrarmos a Festa de Nossa Senhora Aparecida, diretamente do seu Santuário Nacional, somos convidados, como peregrinos ou pelos meios de comunicação social, a participar da Novena, iniciada no dia 03, que se estenderá até o dia 11 de outubro, com o sugestivo tema: “Com a Mãe Aparecida, seguimos Jesus, nossa luz!”. Realmente, Jesus é a luz do mundo, a luz a iluminar a quantos caminham por pegadas errantes. Iluminado por Cristo, o Papa Francisco, neste ano, rezou pela Jornada Mundial da Juventude, fazendo a consagração a Nossa Senhora Aparecida, toda esta voltada para os méritos de Cristo. Devemos aprender a rezar, fiel ao que Maria disse: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”. Rezemos, pois, a nova versão da consagração: “Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil. Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague sua devoção; consagro-vos o meu coração para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas. Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte. Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade. Assim seja!”
Santo Afonso Maria de Ligório afirma que “Maria não só é Mãe de Deus como também de toda a Igreja”. Por que ele disse estas palavras? Partiu da premissa de que, se Maria gerou Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, por conseguinte gerou o seu Corpo, a Igreja. Nessa linha de pensamento, de Maria nasceu o Salvador e a própria Igreja, corpo místico de Jesus.
O fundador dos padres redentoristas, que foi um santo bispo e patrono de todos os moralistas, insistia em que invocássemos a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, quando nos ensinava: “Ela é cheia de graça; porém, esta plenitude não foi concedida apenas para si, mas também para que compartilhasse conosco”. Isso porque “a Virgem adianta-se às nossas orações, ampara-nos nas aflições, protege-nos, dá-nos santas inspirações para vivermos profundamente a caridade. Mais ainda, ela anima-nos e nos fortalece nos momentos de desânimo e angústia; é fiel defensora de seus filhos nos embates da vida, e quando recorrermos a Ela nas tentações, sempre a temos ao nosso lado; mesmo sem a Ela recorrermos”.
O Papa Bento XVI nos recorda sobre a verdadeira devoção a Maria: “Cuidando de nós, seus filhos: os filhos que se dirigem a Ela na oração, para agradecê-la ou para pedir a sua materna proteção e a sua ajuda celestial, depois de ter perdido o caminho, oprimidos pela dor ou pela angústia por causa das tristes e difíceis vicissitudes da vida. Na serenidade ou na escuridão da existência, nós nos voltamos para Maria, confiando-nos à sua contínua intercessão, para que nos possa obter do Filho toda graça e misericórdia necessárias para a nossa peregrinação ao longo das estradas do mundo. Àquele que governa o mundo e detém os destinos do universo nos dirigimos confiados, por meio da Virgem Maria. Ela, por séculos, é invocada como celestial Rainha dos céus; depois da oração do Santo Terço, é implorada na ladainha como Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos e das Famílias. O ritmo dessas antigas invocações e orações cotidianas como a Salve Rainha nos ajudam a compreender que a Virgem Santa, como Mãe nossa, junto ao Filho Jesus, na glória do Céu, está conosco sempre, no desenrolar da nossa vida diária”.
Por isso, nestes dias marianos, em louvor a Nossa Senhora da Penha, em honra de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Rosário ou de Nossa Senhora de Nazaré, vamos redescobrir o valor da devoção mariana, reavivando o bonito costume da oração do Santo Rosário em nossas famílias, comunidades, condomínios, nos locais de trabalho e em todos os lugares em que não podemos deixar de manifestar nossa adesão a Jesus Cristo, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Que Maria nos conduza como discípulos-missionários a levar as maravilhas do Reino a todos os homens e mulheres de boa vontade. Santa Maria, rogai por nós que recorremos a Vós!