Assista também: “Exercer a racionalidade com a fé”, com padre Paulo Ricardo
Arriscaram tudo. Formaram um grupo aguerrido, cuja missão era denunciar os retrógrados, e os inimigos da ciência. Entre tais inimigos, é claro, estava na linha de frente a Igreja Católica, que classificava tal iniciativa como matança de seres humanos em fase inicial de vida. Essa luta não foi mansa. Fomos apresentados à humanidade como ignorantes, que travam o legítimo progresso. Tais opositores julgavam, no entanto, a sua causa simpática. É bom que se diga, a moral cristã sempre aprovou o uso de células-tronco, existentes no cordão umbilical, na medula óssea, e outros locais. Seu uso não comporta matança de seres humanos, mas apenas o uso de células. Mas agora as coisas mudaram totalmente. O cientista japonês Shinya Yamanaka e John Gurdon (inglês) receberam o prêmio Nobel de Medicina, por terem descoberto que células maduras podem ser reprogramadas para pluripotentes. Tal procedimento está livre de efeitos negativos, e não há mais matança de embriões humanos. Os que se arvoraram em nossos juízes, caíram em frustração total. Esse novo caminho responde aos anseios da humanidade, sem ferir nenhum princípio moral. A gente esperaria desse grupo belicoso um pedido de desculpas, ou o reconhecimento que a sua posição é arcaica, e deve ser substituída. É bom que todos saibam que o intercâmbio entre religião e ciência é iluminador. Sua influência deve ser recíproca, em benefício da humanidade.