Vocação

Vocação, é preciso escolher

São várias as possibilidades que se nos apresentam e vale a pena pensar nelas. 

Todos nós temos dons, ou seja, talentos ou habilidades que se destacam. Alguns falam muito bem, relacionam-se com facilidade, tem disposição para ouvir e aconselhar; outros sabem cozinhar bem, tem habilidades manuais, sabem fazer artesanato, escrever, tocar um instrumento.

Muitos de nós usam este dom e o aplicam numa vocação, ou seja, conseguem um trabalho na área que gostam e têm disposição para fazê-lo, seja dirigindo-se a um chamado específico para um trabalho ou a uma vocação religiosa.

A tradução para a palavra dom ou talento é muito similar, ou seja, é um dote natural, uma aptidão, uma capacidade ou habilidade especial para alguma coisa. Por vocação entende-se chamado, ou seja, uma propensão ou direcionamento para uma profissão.

É importante compreender que nem sempre todos nossos dons serão aplicados em nossa profissão. Isso nos dá algumas direções, principalmente quando pensamos que nem sempre conseguirmos ser totalmente realizados em nossa vocação, mas que em outras atividades poderemos aplicar esses talentos que sobressaem em nós. Ser voluntário em algo, fazer uma atividade paralela ao seu trabalho… São várias as possibilidades que se nos apresentam e vale a pena pensar nelas.

 

Observe ainda as carreiras mais amplas ou mais restritas, ou ainda, possibilidades de atuação nas áreas que resolveu estudar. Se fizer este ou aquele curso, onde poderá trabalhar? Conheça pessoas que fazem os trabalhos nos quais você tem interesse, converse com elas. Possui interesse em uma vocação religiosa? Busque informações, congregações, comunidades, faça então a experiência, permita-se conhecer e não tenha medo de escolher ou recomeçar. Quando temos esta profunda experiência conosco, temos a chance de fazer escolhas ou dar novos rumos para nossa vida.

Quando seguimos uma vocação, traçamos um projeto de vida. Por isto este momento é tão importante, eu diria até muito angustiante para muitas pessoas. Números revelam que 40% das pessoas que iniciam uma faculdade não a terminam por achar que o curso não atendeu suas expectativas ou não tem relação com seus sonhos. Muitas vezes, é importante até mesmo ter uma maior consciência de aspectos de sua vida que podem impedir sua carreira.

Pense em seus valores familiares, sociais, religiosos, no seu futuro, naquilo que gostaria de fazer de forma diferente. Não se deixe apenas influenciar por uma ou outra pessoa, pois a escolha é sua e influenciará diretamente sua vida futura.

Além de informar-se sobre as escolhas, vale também se “autoconhecer” para entender seus limites, seus talentos, dons e tudo que possa favorecer suas escolhas de vida. Como tudo isso faz parte do seu “plano” de vida, pense quais deles podem ser mudados também.

Muitas vezes, queremos ganhar tudo e sermos gratificados da melhor forma possível, mas, lendo algumas coisas para escrever este texto, achei muito interessante esta citação: “Escolher significa também não só correr riscos, mas lidar com a perda. Sempre que se decide por uma escolha, também se decide o que se vai perder. Com todas essas dificuldades tanto racionais quanto emocionais não se pode negar que este tipo de escolha representa um ato de coragem.” (BOCK, S.)

Coragem! Não tenha medo em dar passos em direção à sua vocação.


Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa