Testemunho

TV Canção Nova despertando vocações pelo Brasil

A Comunidade Canção Nova nasceu com o intuito de propagar a Palavra de Deus para todas as pessoas, e o fundador da comunidade, monsenhor Jonas Abib, teve a inspiração de que, para a evangelização alcançar muito mais pessoas, os meios de comunicação seriam essa fonte de Deus. Monsenhor tinha razão, pois, hoje, o Sistema de Canção Nova de Comunicação visita lares no Brasil e no exterior com programas que evangelizam.

Além dessa missão de evangelizar, comunicar Jesus e a vida nova que Ele veio trazer por meio dos acampamentos de oração, os meios de comunicação também podem despertar vocações. Isso é o que nos conta a missionária da Comunidade Canção Nova Rosinalva Santos Santa Rosa, de 28 anos, natural da cidade de Arapiraca (AL), que viu seu chamado vocacional ser despertado pela TV Canção Nova.

O sinal da TV Canção Nova fez nascer uma vocação no povoado Mata Limpa, Estado de Alagoas

Missionária há dez anos, Rosinalva relata que, com um pouco mais de um ano de idade, seus pais se mudaram de Arapiraca (AL), para um povoado chamado Mata Limpa, que faz parte do município de Lagoa da Canoa (AL). Ela conta que, por morar em um povoado, o sinal da TV Canção Nova foi chegar apenas no ano de 2005, quando ela conheceu a Comunidade Canção Nova, e a vocação foi brotando em seu coração.

TV Canção Nova despertando vocações pelo Brasil

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Conheça a história de chamado vocacional de Rosinalva

cancaonova.com: Como você sentiu o chamado para o caminho vocacional?

Rosinalva: Fui conhecer a Canção Nova no ano de 2005. Nesse tempo, eu estava com um pé na Igreja e o outro no mundo. Participava da Igreja, porque tinha medo de ir para o inferno, mas queria continuar vivendo as coisas erradas do mundo. Na família, minha irmã sempre foi mais envolvida na realidade paroquial da minha comunidade, em Mata Limpa, e foi ela quem apresentou a Canção Nova para mim. Eu sabia que era um canal de televisão religioso, porque minha irmã só queria saber de ficar rezando e participando dos eventos religiosos.

Como ela já assistia à TV Canção Nova, aos poucos fui me interessando pelos programas jovens como o ‘Revolução Jesus’ e ‘Contra Maré’. Os shows e os festivais de música e dança também me encantaram bastante. Além de assistir aos programas, fui observando, nos membros da comunidade, uma alegria e uma beleza que brotavam do interior.

Essa alegria despertou em mim uma vontade de querer fazer parte da Canção Nova, porque eu também queria expressar esse sentimento. Aos poucos, fui conhecendo e descobrindo, de fato, o que é a Canção Nova, porque pensava que era apenas uma televisão como as outras, não fazia ideia de que era uma comunidade.

Depois de um tempo, comecei a pesquisar e descobrir o que era a Canção Nova. Foi nesse tempo de conhecimento que escrevi uma carta para o vocacional da comunidade, em Cachoeira Paulista (SP), respondendo todas as perguntas que eles pediram, mas recebia a resposta de que, naquele momento, não era o meu caso fazer o caminho vocacional. Eles sugeriram que eu participasse mais da realidade da minha comunidade paroquial.

Recordo-me de que, na época, fiquei muito revoltada e não queria saber mais da Canção Nova. Um dia, no entanto, ao assistir a um programa, se não me engano o PHN, Dunga fez um apelo vocacional que tocou muito forte no meu coração: “Por que você não vem fazer um caminho vocacional na Canção Nova? Vai ser muito bom e você não vai perder nada, só tem a ganhar!”.

Nossa! Essa palavra “não vai perder nada” tocou tão forte meu coração, que fiz os cálculos naquela hora e pensei: “Vou fazer o caminho vocacional, porque, realmente, não vou  perder nada; pelo contrário, eu vou ganhar, pois, se eu não entrar para comunidade, vou crescer como pessoa. Na minha intimidade com Deus e dentro de mim, sempre soava algo sobre a vontade de doar-me inteiramente para alguma coisa, ou seja, queria gastar a minha vida para algo que me deixasse feliz.

Foi quando tive essa certeza que escrevi uma carta para monsenhor Jonas Abib, aqui em Cachoeira Paulista (SP), e recebi a resposta pedindo para que eu procurasse uma casa de missão da Canção Nova mais próxima, para iniciar o caminho vocacional. Nessa época, apresentaram-me a Casa de Missão de Aracaju (SE), e assim mandei uma carta para lá, com o meu desejo de fazer parte dessa comunidade e viver as mesmas coisas que eles viviam.

Foi no ano de 2008 que iniciei o meu caminho vocacional. Fiz três anos de caminho e entrei para a comunidade no ano de 2011.

A cada encontro vocacional que participava, em Aracaju (SE), era um marco na minha vida, porque tinha cada vez mais certeza de que fazia parte da comunidade, pois eu me encontrava comigo e com a vocação que Deus sonhou para mim, que é ser Canção Nova.

cancaonova.com: Como foi deixar sua família, sua casa e profissão para seguir esse chamado?

Rosinalva: Sempre é uma situação difícil deixar a família, porque nunca queremos deixar os nossos. Desde o primeiro dia, trago forte em mim o dia em que falei para minha mãe que faria o caminho vocacional para a Canção Nova, e que, a cada dois meses, precisava fazer os encontros. Recordo-me do olhar dela, que refletia a sensação de que não duraria muito. Mesmo com o olhar dela expressando esse sentimento, ela nunca me disse ‘não’, e, mesmo sem entender, ela me deixou livre para fazer meu caminho.

Achei aquilo tão bonito, porque a única certeza que minha mãe tinha é que era algo de Deus. O bonito que guardo da minha família é que nunca disseram para que eu não ir, pois eu sabia que eles não entendiam, mas não me impediram.

Com relação ao meu pai, que já era bem idoso e estava doente, fui aos poucos preparando seu coração ao longo do caminho vocacional, pois, um dia, eu precisaria sair de casa. Ele não compreendia muito bem o que era vocação, mas sabia que era algo de Deus.

Leia mais:
.: O chamado vocacional transcende as fronteiras do país
.: Ser feliz: mais do que um direito, uma vocação
.: Toda vocação nos remete a uma experiência de felicidade
.: Leigo, você tem uma vocação!

Quando chegou, realmente, o dia de sair de casa e seguir meu caminho vocacional, sofri muito, porque minha mãe passou mal, e eu precisava ir até a beira da cama do meu pai, muito adoentado, dizer que estava indo.

Para a minha mãe, foi um baque muito grande. Graças a Deus, tinha uma amiga nossa que ficou com eles, pois a pressão da minha mãe subiu e o pai ficou chorando no quarto. Quando vi meus pais nesse estado, não consegui ter nenhuma reação. Recordo-me de que parei no meio da sala e ouvi minha amiga dizendo para eu seguir. Após alguns minutos, minha atitude foi entrar no carro, não olhar para trás e seguir em frente, porque tinha a certeza de que Deus cuidaria da minha família.

Sou de família pobre, e vivíamos unicamente com a aposentadoria do meu pai, que era um salário-mínimo. Eu e minha mãe trabalhávamos para ajudar na renda familiar. Trabalhei na ‘Casa de Farinha’, desde muito cedo, e lá fiquei até entrar para a comunidade.

Saí com o coração partido, porque eu não queria ir para a Canção Nova vendo minha mãe continuar naquele trabalho pesado de raspar mandioca e carregar muito peso. Quando trabalhamos nesse meio, enfrentamos muita competição, humilhação e palavras grossas que uma criança, uma jovem não poderiam ouvir. Mesmo triste, tinha a esperança de que Deus providenciaria o necessário para minha família. O Senhor não me faltou, e no ano de 2011, quando entrei para a comunidade, minha mãe conseguiu a aposentadoria. Graças a Deus, experimentei a Providência Divina na minha família.

Sempre que as coisas apertam na minha casa, eu tenho a certeza de que Deus ficou lá cuidando da minha família.

Os desafios e a vontade da vocação

cancaoonova.com: Quais foram os desafios que você enfrentou para corresponder ao seu chamado?

Rosinalva: O maior desafio que enfrentei foi a questão financeira, porque o que eu ganhava na ‘Casa de Farinha’ era para sustentar minha família, e ainda tinha de tirar um pouquinho para conseguir ir aos encontros vocacionais. Graça a Deus, que a Casa de Missão de Aracaju ficava apenas a três horas do meu povoado, e não custava tão caro, pois tinha de ter dinheiro para poder pagar o transporte e a alimentação. Nessa fase, contei com o apoio dos missionários da Casa de Missão para participar dos encontros.

Já dentro da comunidade, meu grande desafio foi conviver com as pessoas, pois eu vinha de uma cultura totalmente diferente na fala, no sotaque, no modo de ser, além de nunca ter saído do meu Estado. Nunca convivi com pessoas de tantos lugares diferentes como convivo na Canção Nova, então, comecei a viver a experiência de acolher o outro e não querer impor a visão pequenina que eu trazia comigo. Passei por um processo de abrir a mente para entender que o mundo é grande, pois, como sempre morei em um povoado, achava que o mundo era aquilo ali. Aprendi a entender a cultura do outro e aceitar que ele é diferente e traz uma nova perspectiva da realidade, porque não sou a dona da verdade.

Outra realidade muito difícil foi na área profissional, porque trazia comigo um sentimento de inferioridade por eu não ter faculdade e nunca ter trabalhado em nenhuma empresa.

Eu temia muito vir para Cachoeira Paulista (SP) e encarar todo esse meio burocrático que existe em nosso trabalho, pois não trazia nenhuma especialização, apenas o conhecimento dos afazeres da roça. Quando cheguei na cidade, percebi que Deus havia me dado a habilidade de encarar os meus medos, e assim aprendi a vencê-los.

Na minha vocação, esses foram os meus maiores desafios: conviver com o diferente e aceitá-lo. Ser humilde para aprender e deixar que Deus curasse esse sentimento de inferioridade que eu trazia em mim.

cancaonova.com: Hoje, quais os meios de evangelização que utiliza para levar a Palavra de Deus às pessoas?

Rosinalva: É nas redes sociais que procuro levar Deus e evangelizar tudo aquilo que eu faço, mas o melhor meio que tenho sou eu mesma, com meu sorriso e minha acolhida; além de levar a sério o meu processo de conversão, para que, internamente, eu possa ser com os meus irmãos uma irmã acolhedora, que busca ver o lado positivo do irmão.

Além dos meus irmãos de comunidade, preciso ser acolhedora com os peregrinos que vêm à Canção Nova, recepcionando-os e pegando seus pedidos de oração durante o programa ‘O Amor Vencerá’, do qual faço a produção.

Cantar cada vez melhor, para que o povo, por meio do meu canto, faça essa experiência do encontro pessoal com Jesus. O sorriso, o abraço, o olhar, o canto e a acolhida são as formas que eu busco para evangelizar; logo, apresentando, a cada dia, uma versão melhor de mim mesma, para que o outro, ao olhar para mim, veja Jesus.

Assista à mensagem de encorajamento vocacional de Rosinalva

Por Alessandra Borges e Rebeca Astuti