ANO “FAMÍLIA AMORIS LAETITIA”

Promover a preparação ao X Encontro Mundial das Famílias

O X Encontro Mundial das Famílias será em junho de 2022 em Roma. O último Encontro foi em agosto de 2018 em Dublin, na Irlanda, e o Papa exortou as famílias para a “revolução do amor”; amar como Jesus amou.

Por causa da pandemia do coronavírus, o X Encontro precisou ser adiado para 2022; era para ser realizado em 2021.

Como acontece sempre, o Encontro é precedido com uma boa preparação com as catequeses e as etapas de formação relacionadas com a família. Na preparação para o X Encontro, é bom recordar de alguns pontos fundamentais que o Papa enfatizou em Dublin porque continuam sendo importantes.

Ele destacou que o matrimônio é uma vocação para a vida. Depois de ouvir o testemunho de um casal com cinquenta anos de casados e também o de um casal de noivos, disse que “o matrimônio não é simplesmente uma instituição, mas uma vocação, uma decisão consciente e para toda a vida de ocupar-se, ajudar-se e proteger-se mutuamente”. Num matrimônio há sempre litígios, mas o mais importante é que após uma discussão e antes de ir dormir seja feita a paz entre marido e mulher.

Promover a preparação ao X Encontro Mundial das Famílias

Foto Ilustrativa: Andréia Britta

Famílias orantes e solidárias

Alertou ainda para os perigos da “cultura do provisório e do efémero”, do descartável e de um amor que não seja para toda a vida. “Entre todas as formas da fecundidade humana, o matrimônio é único” – lembrou o Papa salientando que “o sacramento do matrimônio participa, de modo especial, no mistério do amor eterno de Deus”.

Ele destacou que a formação religiosa dos filhos começa em casa, no lar, na “igreja doméstica”. O Catecismo lembra que os primeiros catequistas dos filhos são os pais (2223-226).

Para o bom desenvolvimento dos filhos, o Papa lembrou que os filhos precisam presenciar os momentos de carinho entre os pais, evitando brigas de discussões diante deles.

Outro ponto fundamental, e que vale para todos os Encontros da família, é a importância da oração em família e a vivência da solidariedade com aqueles que sofrem. “O nosso mundo precisa duma revolução de amor! Que essa revolução comece por vós e pelas vossas famílias!”. Mas “não poderá haver uma revolução de amor, sem a revolução da ternura!”. Antes de dizer aos filhos que Deus os ama, é preciso que eles sintam que os pais os amam de verdade, corrigindo-os com delicadeza, sem humilhação; gastando tempo com eles, acolhendo seus amigos etc. Para levar os filhos para Deus, de maneira natural e suave, é preciso que os pais os conquistem com seu amor. Um filho que experimentou o amor do pai segue com ele o caminho da fé.

Os filhos aprendem a viver como cristãos observando a vivência religiosa dos pais, já que eles devem ser os primeiros mestres na .

A importância do diálogo

Um ponto necessário que o Papa tocou foi sobre a importância do diálogo e do convívio entre gerações: “as crianças não crescem no amor, se não aprendem a comunicar com os seus avós. Então, deixai que o vosso amor lance raízes profundas!”.

Como já disseram outros papas, o Papa Francisco reafirmou que a família é a esperança da Igreja e do mundo: “vós, famílias, sois a esperança da Igreja e do mundo”. Ele defendeu o Batismo das crianças em tenra idade, para que façam parte, desde pequeninas, da grande família de Deus.

Entre outros pontos, o Papa salientou que o “Evangelho da família é alegria para o mundo”, pois, nas “nossas famílias, sempre se pode encontrar Jesus”, que “lá habita, em simplicidade e pobreza, como fez na casa da Sagrada Família de Nazaré”.

Todos os membros da família são chamados à realização do amor com gestos simples e humildes, em particular, na vivência da escuta, da compreensão e do perdão. “Perdoar significa doar algo de si mesmo. Jesus perdoa-nos sempre. Com a força do seu perdão, também nós podemos perdoar aos outros, se o quisermos de verdade” – disse o Papa. Os filhos aprendem a perdoar quando veem os seus pais perdoarem-se entre si.

O Papa não deixou de falar das redes sociais e pediu que as novas tecnologias sejam usadas com “moderação e prudência”, pois podem “contribuir para a construção duma rede de amizade, solidariedade e apoio mútuo”.

O amor conjugal precisa ter abertura à vida

Lembrando da Exortação Apostólica “A alegria do amor”, o Papa enfatizou que o “amor conjugal” é caraterizado pela “fidelidade, indissolubilidade, unidade e abertura à vida”. Como disse Bento XVI, “uma nação sem filhos é uma nação sem futuro. Hoje, os casais têm medo de ter filhos; esse medo deve ser vencido pela fé.

Como sempre, a oração será fundamental para a preparação do X Encontro Mundial das Famílias. O cardeal Farrell, destacou que rezar “é um modo de mergulhar no ‘Ano Amoris Laetitia’ e na preparação do evento de Roma”. O cardeal Angelo De Donatis, vigário do Papa para a Diocese de Roma, reafirmou que “a oração estará no centro do caminho de preparação, guiando os trabalhos e inspirando reflexões para discernir, à luz da fé, entre os novos desafios que a pandemia tem trazido às comunidades eclesiais com relação às famílias”.

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Todos esses pontos lembrados acima, sem dúvida, serão reapresentados em Roma, pois são valores eternos da família cristã. A oração oficial do Encontro já está preparada e tem como título “O amor na família: vocação e caminho de santidade”.

Oração oficial para o X Encontro Mundial das Famílias

“Pai Santo, estamos aqui, diante de Ti, para louvar-Te e agradecer-Te pelo grande dom da família.

Nós te pedimos pelas famílias consagradas no sacramento do matrimônio, para que possam redescobrir todos os dias a graça recebida e, como pequenas Igrejas domésticas, saibam testemunhar a Tua Presença e o amor com o qual Cristo ama a Igreja.

Nós Te pedimos pelas famílias que passam por dificuldades e sofrimentos, doença ou por problemas que só Tu conheces: que Tu as sustentes e as tornes conscientes do caminho de santificação ao qual as chamas, para que possam experimentar a Tua infinita misericórdia e encontrar novos caminhos para crescer no amor.

Nós Te pedimos pelas crianças e jovens, para que possam encontrar-Te e responder com alegria à vocação que planejaste para eles; por seus pais e avós, para que sejam conscientes de serem sinal da paternidade e maternidade de Deus no cuidado dos filhos que, na carne e no espírito, Tu confias a eles; pela experiência de fraternidade que a família pode dar ao mundo.”

Senhor, concede que cada família possa viver a própria vocação à santidade na Igreja como um chamado para ser protagonista da evangelização, a serviço da vida e da paz, em comunhão com os sacerdotes e em cada estado de vida. Abençoa o Encontro Mundial das Famílias. Amém.”


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino