DEVOÇÃO

História de Nossa Senhora do Rosário

A Festa de Nossa Senhora do Santo Rosário, dia 7 de outubro, foi proclamada pelo Papa São Pio V (1566-1572) tendo em vista a vitória das forças cristãs que enfrentaram o exército otomano, muçulmano, que pretendia dominar a Europa cristã, depois de ter conquistado Constantinopla e todo o império bizantino em 1453. Eles tinham acabado de dominar a ilha de Chipre, em 1571, e estavam prontos para o assalto final sobre a Europa cristã.

Esta foi a batalha decisiva travada no mar de Lepanto, na Grécia, no golfo de Corinto, contra as forças muçulmanas, que, desde Maomé (571-632), quiseram dominar a Europa pela guerra santa, Jihad. A disputa marítima se deu no dia 7 de outubro de 1571.

História de Nossa Senhora do Rosário

O Santo Rosário como a arma mais forte

A Europa estremeceu, estava em risco a civilização cristã e a religião católica, que custou tanto sangue dos mártires. São Pio V implorou a proteção da Virgem Maria em favor do povo cristão, pedindo que afastasse, de uma vez por todas, o perigo do islamismo ameaçador.

A Europa cristã precisava se defender urgentemente contra o perigo islâmico. Então, o Papa São Pio V convocou as forças navais dos países cristãos para defenderem a Europa e o cristianismo. A Esquadra cristã, em minoria diante de mais de trezentas caravelas muçulmanas, foi chefiada pelo Príncipe Dom João d’Áustria.

O Papa mandou um cardeal benzer as armas dos soldados, pedindo que levassem o santo Rosário como a arma mais forte. Era uma guerra de legítima defesa da Europa invadida, depois que os turcos tomaram Constantinopla em 1453, e agora ameaçavam destruir o Ocidente cristão, comandados pelo sultão Selim, filho de Solimão o Magnífico.

“Viva Maria!”

São Pio V enviou para o Príncipe uma bandeira, na qual estava bordada a imagem de Jesus crucificado. A preparação dos soldados consistiu em um tríduo de jejuns, orações e procissões, suplicando a Deus a graça da vitória, pois o inimigo não era apenas uma ameaça para a Igreja, mas também para a civilização. Tendo recebido a Santa Eucaristia, partiram para a batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de Maria, Auxiliadora dos Cristãos, travaram uma dura batalha nas águas de Lepanto.

Três horas de combate foram necessárias… A vitória coube aos cristãos, que, ao grito de “Viva Maria”, hastearam a bandeira de Cristo. As forças cristãs eram minoria, mas, por ação de Nossa Senhora, milagrosamente, as forças turcas foram aniquiladas. A armada espanhola e veneziana venceram os turcos otomanos, sob D. João da Áustria, de 24 anos, meio irmão de Filipe II, rei da Espanha.

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Festa de Nossa Senhora do Rosário

Escreveu Daniel Rops: “Dom João da Áustria conservava-se de pé na proa do navio-almirante, de crucifixo na mão. Quando a noite desceu sobre a admirável baía, o fumo das galeras turcas incendiadas espalhou um odor acre de madeiras e cadáveres; toda a esquadra inimiga fora queimada ou aprisionada. A bordo do Marquesa, um soldado ferido – Miguel de Cervantes – entoava com seus companheiros o Te Deum… Parecia vingada a perda de Constantinopla em 1453” (“A Igreja dos tempos clássicos”, Vol. V, pg. 120).

Então, o Papa quis demonstrar a sua gratidão à Mãe da Igreja e dos homens, e instituiu a festa de Nossa Senhora do Santo Rosário, exatamente no dia da vitória: 7 de outubro.

Nesta vitória contra os muçulmanos, o Papa São Pio V teve grandes méritos, porque conseguiu unir os príncipes cristãos sob João da Áustria. Daniel Rops diz que essa vitória “foi o ponto culminante da imensa atividade de São Pio V, aquele em que pareceu que realmente o céu o abençoava”.

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino