conversão

Tornar-se cristão é um processo diário

Na Tradição da Igreja, o Tempo Quaresmal é o momento forte para a administração dos sacramentos, o tempo de acolher os novos filhos para a Igreja. O processo de transformação não é possível ser realizado em breve momento, e sim por um caminho de conversão que deve ser percorrido passo a passo. Com a convicção de que esse caminho de renovação não acontece de uma só vez, mas abrange toda a vida do homem em um processo contínuo de ano após ano que devemos percorrer sempre.

A Quaresma quer conservar presente esse processo que, para se chegar a Deus, é preciso passar por um processo sempre novo de transformação e mudança de vida. Assim, a palavra mais forte que nos acompanha, neste Tempo Quaresmal, é uma busca sincera de conversão, a metanoia que reorienta todo o nosso ser em direção a Deus.

Tornar-se cristão é um processo diário

Foto ilustrativa: artisteer by Getty Images

Tornar-se cristão diariamente e voltar para Deus

Nesse sentido, a Igreja abraça o Tempo Quaresmal como o tempo de purificação, de tornar-se cristão, a oportunidade do homem voltar-se do mau caminho em direção a Deus, como o próprio Senhor afirma em Sua Palavra: “Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta” (Ez 33, 11). Mas é preciso tomar consciência de que o se tornar cristão é um processo diário, de ir a Cristo, renunciar a si mesmo, tomar sua cruz e segui-Lo (cf. Mc 8, 34).

Por isso, esse tempo é marcado pelo jejum, abstinência e esmola, para lutarmos contra as tentações, unindo-nos a Cristo, que enfrentou a tentação no deserto durante quarenta dias. Um tempo realmente favorável para abandonar o “homem velho” e nascer um “homem novo”.

O próprio Cristo precisou passar pelo deserto, deixando-se ser tentado pelo diabo para mostrar que n’Ele fomos tentados e n’Ele vencemos o demônio. Ninguém pode vencer sem ter combatido; nem combater se não tiver inimigo e tentações.

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Por isso, o apelo da Igreja ao jejum, pois, por meio dele, é que nos libertamos de nós mesmos, nos libertamos para Deus, tornando-nos livres para os outros e para a oração e do domínio das paixões desordenadas.

No prefácio da Quaresma, a Igreja usa a expressão: Jejunio mentem elevas – que significa “Pelo jejum elevais os vossos sentimentos”. Os quarenta dias que a Igreja nos proporciona, por intermédio da renúncia, para que encontremos uma vida nova.