Oitavas de Natal

A liturgia para o Natal fala das "festas que se aproximam"

Quais festas celebramos após o Natal?

Na Oitava de Natal são celebradas as seguintes festas:

26 de dezembro

Santo Estêvão é o primeiro mártir do cristianismo e representa todos os que morreram por Cristo voluntariamente.

O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã. Eis a descrição, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos: “Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Sicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: ‘Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus’. E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: ‘Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou’. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”.

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Foto Ilustrativa: FatCamera by Getty Images

27 de dezembro

São João Evangelista é o jovem e valente apóstolo que permaneceu ao pé da cruz com a Virgem Maria. É considerado o “discípulo amado” e representa os que estiveram dispostos a morrer por Cristo, mas não foram mortos.

28 de dezembro

Os Santos Inocentes representam os que morreram por Cristo sem saber e os milhões de bebês que morrem hoje em dia com o aborto.

A origem dessa festa é muito antiga. Aparece já no calendário cartaginês do século IV e cem anos mais tarde em Roma no Sacramentário Leonino. Hoje, com a nova reforma litúrgica, a celebração tem um caráter jubiloso e não mais de luto como era antigamente, e isso em sintonia com os simpáticos costumes medievais, que celebravam nesta circunstância a festa dos meninos do coro e do serviço do altar.

29 de dezembro

A Sagrada Família é modelo para todas as famílias e símbolo da união da Santíssima Trindade. Costuma ser celebrada no domingo seguinte ao Natal.

Não é à toa que, após o Natal, a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família de Nazaré. Cristo quis entrar na nossa história pela mesma porta que entramos no mundo, porque a família é a base do plano de Deus para a existência da humanidade.

Jesus não precisava ter uma família, pois não teve um pai natural entre os homens. Ele foi gerado pelo Espírito Santo, pois nenhum homem poderia fazer a Virgem Imaculada conceber o Verbo a ser encarnado. Mas Jesus quis ter uma Família e, desse modo, iniciar a obra da Redenção por meio da família, para restaurar a base da humanidade.

Os Santos Padres, em unanimidade, afirmaram que o Filho de Deus começou sua obra pela família.

Sobre a Sagrada Família, o Papa Bento XVI, certa vez, em uma audiência geral em 2011, disse:

“A casa de Nazaré é uma escola de oração onde se aprende a escutar, a meditar, a penetrar o significado profundo da manifestação do Filho de Deus, tomando o exemplo de Maria, José e Jesus”.

“A Sagrada Família é o primeiro modelo da Igreja no qual, em torno da presença de Jesus e por sua mediação, todos vivemos a relação filial com Deus, que transforma também as relações interpessoais humanas”.

1º de janeiro

Santa Maria, Mãe de Deus. Todos os títulos atribuídos à Virgem Maria têm sua raiz neste dogma de fé.

Ainda, mergulhados no clima espiritual do Natal e contemplando o mistério inefável da Encarnação do Verbo, no primeiro dia do ano civil, a Igreja celebra a Virgem Maria, Mãe de Deus – Ela que deu corpo ao Filho único de Deus Pai. Esta solenidade da Mãe de Deus é a primeira Festa mariana que apareceu na Igreja do Ocidente.

A obra de nossa salvação está na adoção filial realizada por Cristo, repleta da figura de Maria. Graças a Ela, o Filho de Deus, “nascido de mulher” (Gl 4,4), pôde vir ao mundo como verdadeiro homem, quando os tempos estavam maduros. No Verbo feito carne, na mulher, Deus disse sua Palavra última e definitiva. Então, ao começar um novo Ano, somos convidados a buscar a luz do “sol que nasce do alto” (Lc 1,78).

O nosso Catecismo diz: “É verdadeiramente “Mãe de Deus”, visto ser a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem, que é ele mesmo Deus” (§ 509).

Assim, a Igreja coloca sob a Sua proteção todo o Ano Novo. Ela é Mãe de Deus e nossa Mãe, como disse São Bernardo (1090-1153), doutor da Igreja: Ela é a “Onipotência suplicante”. Ela tudo pode diante de Deus, não por natureza, mas pela graça. O que o bom Filho pode negar à Sua Mãe? O que o bom Pai pode negar a Sua Filha predileta? O que o divino Espírito pode negar à Sua amadíssima Esposa?

É debaixo desse poder que a Igreja quer colocar os seus filhos diante do Ano que se inicia, para que Ela nos proteja de todo perigo da alma e do corpo. Quem mais do que a mãe ama o seu filho? Quem mais do que Maria, nos dada como mãe aos pés da Cruz, pode nos proteger? Não há na terra amor maior do que o amor de mãe.

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Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino