Os sacramentos agem no inconsciente?

Em conversa com distinta psicóloga de Brasília (DF), levantamos a questão sobre a eventual ação dos sacramentos da Igreja no âmbito profundo da alma, influência que está fora do comando direto da consciência. Eu dizia que muitos pais estão certos quando desejam o batismo de seus filhos em tenra idade. Mesmo que pensem menos na graça santificante, e na inserção no corpo da Igreja – que é o apanágio dos filhos de Deus – e mais num efeito psicológico no inconsciente. Essa não é uma preocupação primordial da prática sacramental. Mas pode ser um mimo do Pai Eterno para com seus filhos, que não pode ser desprezado.

A criança que é batizada está junto à sua família e junto com outros membros da comunidade. Assim ela “descobre” que é muito importante. “Sabe” que é amada por todos. Não é amada só pela sua família, mas também pelos outros: padrinhos, padre, equipe celebrativa. Sabe que o Poderoso gosta dela. Conclusão da criança: “Todos gostam de mim”. Podemos desejar melhor consciência de autoestima do que esta?   

Poderíamos nos aprofundar no imenso benefício psicológico da santa confissão no espírito dos fiéis. Ela pode nos levar a termos confiança em nós, porque o Pai nos dá uma nova chance, perdoando tudo. É como se nos disséssemos a nós mesmos: “Com a graça de Deus, eu vou conseguir vencer o mal, e vou ser um bom cristão”.

A psicóloga, no entanto, se fixou ainda em outro sacramento da Igreja, que traz imensos benefícios aos fiéis: é o matrimônio. Primeiro, olhando o vácuo espiritual de quem “não se casa na Igreja”, sobretudo, podendo fazê-lo. A tais pessoas se repete o pensamento de frustração. Convencem-se de que lhes falta alguma coisa, que a família delas é muito boa e a alegria dos filhos lhes causa prazer legítimo. Mas ainda não é tudo. Por outro lado, o casal que se recebe pelo sacramento do matrimônio tem um sentimento de plenitude. Sabe que sua união é desejada pela sociedade. Todos depositam suas esperanças nesse casal.

A Igreja lhes dá, em nome de Cristo, as bênçãos, para superar com mais galhardia, os problemas que a vida de família sempre pode trazer. E que grande autoestima para o casal saber que são participantes da obra de Deus Criador, quando geram e educam os seus filhos.