Exemplo de santidade

Conheça a história de Santa Catarina de Sena, a doutora da Igreja

Apresentam-se, a seguir, alguns dados sobre a vida de Santa Catarina, que nasceu na cidade italiana de Siena (aportuguesado em ‘Sena’). Trata-se de uma santa muito venerada, antes de tudo na Itália e na Europa. De fato, num decreto em 13 de abril de 1866, o Papa Pio IX declarou Santa Catarina copadroeira de Roma. Em 18 de junho de 1939, o Papa Pio XII declarou-a padroeira da Itália juntamente com São Francisco de Assis. E no dia 1° de outubro de 1999, São João Paulo II tornou-a também padroeira da Europa, juntamente com São Bento (480-547), os Santos irmãos Cirilo e Metódio (missionários entre os povos eslavos no século IX), Santa Brígida da Suécia (1303-1373) e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), uma judia convertida que morreu no campo de Concentração de Auschwitz (1891-1942).

Com referência à Igreja Universal, no dia 3 de outubro de 1970, Santa Catarina foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa São Paulo VI.

Todos esses reconhecimentos da Igreja se fundamentam no extraordinário testemunho da vida cristã desta Santa, que pertencia à ordem Terceira do Dominicanos. Trata-se de uma santa que amou profundamente a Igreja num tempo de grande crise. A crise foi tão grave, que desviava a mesma missão do Papa da sua função estritamente espiritual para a dimensão política.
Vamos aos fatos.

 

Conheça a história da doutora da Igreja Santa Catarina de Sena

O testemunho de vida de Santa Catarina de Sena

Depois do pontificado do Papa Bonifácio VIII (1294-1303), caracterizado por uma fortíssima tensão entre ele e o rei de França, Felipe IV, o Belo (1285- 1314), e do breve pontificado de Bento XI (1303-1304), o conclave sucessivo durou onze meses e levou à eleição de Clemente V (1305-1314), francês. Este, devido à situação caótica que havia no Estado pontifício, estabeleceu-se em Avinhão, Sul da França. Depois dele, houve mais seis papas franceses, que moraram todos em Avinhão. Praticamente, Roma ficou sem o Papa residindo nela de 1305 até 1376. É a época do assim chamado “exílio de Avinhão”.

As consequências deste fato foram muito graves. Roma e o Estado Pontifício caíram em situação desastrosa; os Papas se tornaram instrumentos da política francesa; e, devido às dificuldades econômicas, aumentaram exageradamente os impostos no Estado Pontifício, que pesavam sobre a população.

Neste tempo de grave crise, Santa Catarina, levada pelo amor a Deus, à Igreja e ao Pontífice Romano, trabalhou sem descanso pela paz e unidade da Igreja. Chegou a ir até Avinhão e pediu ao Papa Gregório XI (1371-1378) que voltasse quanto antes a Roma: e foi atendida, no ano de 1377. Os historiadores são unânimes em afirmar que a volta do Papa da França para Roma foi fruto desta intervenção de Santa Catarina.

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Santa Catarina escreveu inúmeras cartas, das quais se conservam cerca de quatrocentas, algumas orações e elevações, e um só livro, o Diálogo, que relata as suas conversas íntimas com o Senhor. Graças aos ensinamentos apresentados nestes escritos, foi proclamada Doutora da Igreja.

Sem particular instrução, aprendeu a escrever quando já era bastante crescida. Numa existência curta, Santa Catarina teve uma vida cheia de frutos, “como se tivesse pressa de chegar ao eterno tabernáculo da Santíssima Trindade” (São João Paulo II, Homilia em Sena, 14/10/1980). Para nós, é um modelo de amor à Igreja e ao Romano Pontífice, a quem chamava “o doce Cristo na terra” (S. Catarina de Sena, Cartas, III), e de clareza e valentia para se fazer ouvir por todos.

Exemplo de profundo amor à Igreja

Com muito vigor, dirigiu prementes exortações a cardeais, bispos e sacerdotes, implorando-lhes a reforma da Igreja e a pureza dos costumes. E respeito pela dignidade de que estavam revestidos, pois “são ministros do sangue de Cristo” (cfr. Paulo VI, Homilia na proclamação de Santa Catarina de Sena como Doutora da Igreja, 03/10/1970). Estava convencida de que a saúde espiritual do rebanho dependia da conversão e do exemplo dos pastores da Igreja.

O extraordinário exemplo de Santa Catarina nos leva a amar profundamente a Igreja e a reconhecer a grande missão da unidade dela, que o mesmo Cristo deixou ao sucessor de Pedro, bispo de Roma, hoje Papa Francisco, “o doce Cristo na terra”. Em todos os tempos, a Igreja passa por crises, inclusive hoje. Que Santa Catarina nos proteja e seja ela também nossa ‘guia’, nossa ‘padroeira’ e nossa ‘doutora’.

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