Reflexão

Céu: o que a Igreja ensina sobre ele?

Conheça os ensinamentos da Igreja Católica sobre o Céu

O ser humano, naturalmente, busca respostas para suas questões existenciais. As perguntas surgem normalmente: “De onde eu vim? Por que ou para que estou nesta Terra? Para onde vou após a vida terrestre?”. Diante dessas indagações, uma muito frequente são as questões relacionadas ao Céu.

Na oração do Pai-Nosso, rezamos que Deus está nos Céus. Mas onde é esse Céu? A Igreja instrui que “essa expressão bíblica não significa um lugar – “o espaço”–, mas uma maneira de ser. Não o afastamento de Deus, mas Sua majestade. Nosso Pai não está “em outro lugar”, Ele está “para além de tudo” quanto possamos conceber a respeito de sua Santidade. Porque Ele é três vezes Santo, está bem próximo do coração humilde e contrito” (Catecismo da Igreja Católica 2794).

Céu o que a Igreja ensina sobre eleFoto: Daniel Mafra/cancaonoava.com

O Céu é mistério de amor eterno

“Esse mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação” (CIC 1027). Por isso, por mais que nos aproximemos do conceito que possa ter o Céu, nossa inteligência jamais conseguirá esgotar o mistério celeste, pois nossa razão é finita e limitada, e as questões celestes são infinitas e ilimitadas por estarem no grau supremo de eternidade, que transcende todo e qualquer conhecimento humano. Porém, podemos entender o Céu por comparação ou analogia, e claro, por experiências com Deus.

O próprio Catecismo conduz o significado de Céu para uma linguagem mais acessível e compreensível ao dizer que “o céu ou céus pode designar o firmamento, mas também o ‘lugar’ próprio de Deus: ‘nosso Pai nos céus’ (Mt 5,16) e, por conseguinte, também o ‘céu’, que é a glória escatológica. Finalmente, a palavra ‘céu’ indica o ‘lugar’ das criaturas espirituais – os anjos – que estão ao redor de Deus” (CIC 326). Essa é uma forma de ilustrar a noção de Céu para nosso restrito entendimento, pois esse é um mistério que o homem não consegue findar, porque transcende sua razão.

Jesus Cristo venceu a morte e nos concedeu o Céu

“Por sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos abriu os Céus. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associou a sua glorificação celeste os que creram nele e que ficaram fiéis á sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a Ele” (CIC 1026).

Diante da pergunta, como será habitar no Paraíso Celeste? A Igreja nos ensina que “viver no Céu é viver com Cristo. Os eleitos vivem nele, mas lá conservam – ou melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome” (CIC 1025). Pois, “o céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos” (CIC 2802).

Assim, a morte não é o fim para os que creem, pelo contrário, “os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o veem “tal como Ele é” (1 Jo 3,2), face a face. […]. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva” (CIC 1023-1024).

O Céu e a Glória de Deus

Viemos de Deus e somos Seus filhos, estamos aqui, nesta Terra, para viver em Deus, e um dia voltaremos para Ele. Lá, o que Ele “preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9).

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Enquanto não se vai para junto do Pai, no Céu, ou ao encontro com Jesus Cristo, quando em sua segunda vinda gloriosa e definitiva, cabe a cada um de nós proclamar, em nosso caminho nesta terra, que “o Reino dos Céus está próximo” (Mt 10,7). Anunciar o tempo da graça e a novidade de vida pela experiência pessoal com Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

Nesse gloriosíssimo dia da Segunda Vinda de Jesus, que “ninguém tem conhecimento, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, só o Pai” (Mc 13, 32), não haverá mais dor, sofrimento, doença, angústia, tristeza, abatimento e desespero, porque “agora nós vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face” (1Cor13,12), porque estaremos eternamente na Glória de Deus.