Realidade

A existência do maligno

O diabo é uma realidade que não podemos ignorar

São João, na sua Primeira Carta, capítulo 3,8, diz que Jesus veio precisamente para vencer o inimigo, para destruir as obras do diabo.

Não me deterei em demonstrar a existência do diabo, apesar de, infelizmente, na época de Paulo VI (anos 70), existirem alguns teólogos que tentaram nos fazer entender que a luta existe, mas é entre o bem e o mal, e não a luta entre Deus e o diabo.

Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Esses teólogos queriam nos fazer acreditar que o diabo não é uma pessoa, mas a personificação do mal. Lembremos dos famosos discursos do Papa Paulo VI, realizados por ocasião de algumas alocuções e audiências nas quartas-feiras, quando condenou essas ideias no seu Credo, afirmando muito claramente que o inimigo é uma pessoa.

Devemos acrescentar que, se tivéssemos de pesquisar, nas Sagradas Escrituras, todos os textos relativos ao diabo, acharíamos mais referências ao diabo do que ao Espírito Santo.

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Provas da existência do diabo, nas Sagradas Escrituras, existem quantas queiramos, mas esses teólogos, especialmente alemães, holandeses e alguns italianos (como G. Franzoni, no seu livro O diabo, meu irmão, publicado em 1986), interpretaram todos esses casos das Sagradas Escrituras como se Jesus estivesse adaptado à mentalidade da época. Mas dizer que Jesus queria se adaptar à mentalidade da época, com a consequência de nos fazer sair fora da estrada, não penso que seja muito lógico!

Uma realidade que não pode ser ignorada

Em todo caso, é também verdadeiro que não podemos colocar o diabo no centro da nossa mensagem cristã (infelizmente, existem pessoas que demasiadamente colocam o diabo praticamente no centro, no sentido que falam mais do diabo que de Cristo; isso é ruim).

Cristo é o centro da mensagem cristã. A doutrina sobre o diabo não é uma doutrina central, porque o centro é sempre Cristo, mas o diabo é uma realidade que não podemos ignorar, afinal, a ignorância sobre ele é o que o diabo mais quer.

Artigo extraído do livro “Cura do mal e libertação do maligno” de Frei Ellias Vella (OFM), da Editora Canção Nova e Palavra & Prece, 2005.