Ele voltará

Vitória em Cristo: os poderes do inferno e da morte já foram vencidos

Cristo e a Igreja

A Igreja ensina, a partir das Sagradas Escrituras, que dentre o colégio dos doze apóstolos, Pedro ocupa o primeiro lugar, em que o próprio Jesus Cristo foi quem confiou a ele a missão única de estar à frente dos demais. Com isso, em Mateus 16,16, temos Pedro, que, por uma revelação vinda do Pai, confessa: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

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Foto: ImagineGolf by Getty Images

Essa confissão de Pedro é importante, porque, logo em seguida, Jesus declara: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16,18). Aqui está um ponto singular para os cristãos, pois, “Cristo, Pedra viva, garante a sua Igreja construída sobre Pedro a vitória sobre as potências da morte. Pedro, em razão da fé por ele confessada, permanecerá como a rocha inabalável da Igreja” (CIC 552).

Assim, uma vitória certa que temos em Cristo é a que os poderes do inferno e da morte já foram vencidos dentro do mistério da fé que participamos no Cristo morto e ressuscitado. Essa convicção também nos garante que não estamos sozinhos, porque, membros da Igreja que somos, acreditamos nas promessas de Jesus, que nos certifica da vitória plena no último dia.

Vitória de Cristo sobre o pecado

Muito se fala das vitórias adquiridas no âmbito social, financeiro, político e pessoal, as quais, de fato, são importantes. Porém, é preciso ter claro que a maior de todas as vitórias é aquela conquistada por Cristo no Seu projeto salvífico para toda a humanidade, que nos envolve em uma dimensão espiritual.

A Igreja ensina que, no Mistério Pascal de Jesus, na Sua Paixão, Morte e Ressurreição, todos obtêm um duplo aspecto de vitória concreta, que ultrapassa nossa finita razão: “por sua morte, Jesus nos liberta do pecado, e por sua ressurreição Ele nos abre as portas de uma nova vida” (CIC 654).

Com isso, os cristãos participam, por Cristo, das vitórias sobre o pecado e a morte, pois, aos que creem, a morte não é o fim, mas sim a passagem para estar eternamente junto a Deus. Entretanto, cabe a cada um vivenciar a experiência da graça, que é derramada incessantemente pelo Espírito Santo, porque é o Espírito quem dá força para testemunhar Jesus Cristo e a vida nova que Ele trouxe.

Dessa forma, a vitória de Cristo, que da mesma forma é nossa vitória, estabelece uma nova forma de vivenciar o sofrimento, pois “por sua paixão e morte na cruz, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento, que doravante pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora” (CIC 1505). Assim, todo cristão tem a possibilidade de unir suas dores e dificuldades à cruz de Cristo.

Vitória de Cristo sobre o mal

Muitas pessoas, ao escutarem ou lerem sobre o fim dos tempos narrado na Bíblia, ficam assustadas e temerosas. Entretanto, para nós cristãos, convictos do que cremos e professamos, sabemos que, no último dia em que nos encontraremos definitivamente com Nosso Senhor Jesus, seja pela Sua segunda vinda ou pela nossa morte, não será um dia de angústia nem desespero, mas de triunfo, onde herdaremos a glória prometida por Cristo Ressuscitado e habitaremos eternamente no paraíso celeste.

Contudo, o Catecismo da Igreja ensina que, “antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final, que abalará a fé de muitos crentes” (CIC 675). Essa é uma perspectiva escatológica na qual muitos “poderão” apostatar da fé e da verdade, e procurar soluções aparentes e fáceis para seus problemas, colocando-se no centro da própria vida em vez de deixar Cristo reinar em tudo e todos.

Portanto, a vitória de Deus sobre o mal já é certeza, porém, devemos, como corpo místico da Igreja, cuja cabeça é o próprio Cristo, assegurar-nos de viver uma vida conforme o amor, a misericórdia e a verdade. Pois o triunfo de Deus sobre a revolta de todo mal é a garantia de que o Senhor voltará; dia em que a sua parusia estabelecerá nossa felicidade plena na glória futura que não terá mais fim: o céu.