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Namoro e família: como fazer essa relação dar certo?

Quando chega o período dos filhos namorarem, os pais ficam bem preocupados, principalmente quando a filha diz que está gostando de alguém, pois a menininha que há pouco estava brincando em seu colo, agora está falando em namoro. Mas precisamos entender que a vida é feita de fases e, agora, é o momento deles começarem a assumir sua vocação e seu futuro; os pais já viveram isso um dia.

Não adianta impedir que eles gostem de alguém ou que comecem a namorar quando chegar o momento. O papel do pai e da mãe é acompanhar, ser amigo, estar próximo, orientar os filhos para que conversem sempre com eles num diálogo aberto e transparente, pautado sempre pela verdade que não pode faltar.

A aprovação dos pais é muito importante, pois, assim, o(a) filho(a) se sentirá mais seguro, confiante e não irá namorar escondido. Poderão sair juntos e criar momentos para que o(a) namorado(a) conheça sua família e os valores que são importantes para vocês como uma família cristã, mostrando que estarão atentos a eles e prontos para ajudá-los a viver um namoro santo, construído no amor e na pureza, respeitando a pessoa do outro e o tempo que vivem como namorados, sem avançar o sinal.

Namoro e família: como fazer essa relação dar certo?

Foto ilustrativa: AntonioGuillem by Getty Images

O namoro precisa partir da liberdade dos namorados

Num passado não muito distante, os casamentos arranjados eram uma prática muito comum entre as famílias, seja por motivos financeiros, políticos ou outros quaisquer. Portanto, os pais interferiam de uma forma direta na vida e no futuro dos seus filhos. Hoje, porém, já não é mais assim, ou pelo menos não deveria ser. Os filhos têm liberdade para escolher com quem se casar, e o papel dos pais passou a ser o de ajudar os filhos nesse processo de escolha – sem, contudo, intimidá-los ou obrigá-los a fazer sua vontade, tolhendo-lhes sua liberdade, mas orientando-os para fazer a melhor escolha.

É preciso respeito na convivência familiar por parte de ambos, pais e filhos. As interferências feitas de forma errada e desproporcional pelos pais no relacionamento dos filhos atrapalham muito e criam dificuldades entre eles. É claro que os pais querem o melhor para seus filhos, porém precisam perceber que os filhos são livres, e não são obrigados a fazer o que eles querem que façam. Os pais não precisam mais decidir com quem os filhos irão se casar. E se o pai e a mãe, ao invés de apoiá-los, tentarem impedir o relacionamento dos filhos, com muitas imposições, irão criar conflitos com eles e consequentemente um distanciamento na relação, fazendo com que não se sintam mais à vontade para contar-lhes seus sentimentos, causando a perda do diálogo.

É essencial que os pais mantenham a relação com os filhos baseada no afeto, na proximidade e no amor e, ao mesmo tempo, promovam a autonomia e a maturidade deles. O pai e a mãe precisam se interessar pelos assuntos de seus filhos e manter um diálogo aberto com eles. Essa atitude de cumplicidade tornará mais fácil a exposição de algum problema vivido no namoro.

Filhos, ouçam e respeitem seus pais

Aos filhos, cabe ouvir seus pais e absorver deles toda a sabedoria de quem já viveu, sofreu e pode ajudá-los a discernir melhor cada fato vivido, evitando erros futuros. Às vezes, uma desilusão vivida na cabeça do adolescente tem uma proporção terrível, e os seus pais irão ajudá-lo a superar aquela fase com mais tranquilidade.

Ser pai e mãe de um(a) filho(a) é o maior desafio que alguém pode abraçar na vida. Sonhar em ter um(a) filho(a), construir um homem e uma mulher neste mundo é uma missão e responsabilidade belíssima, sem precedentes, mesmo que, às vezes, a rotina e a correria em que vivemos nos façam perder a dimensão dessa grandeza. Por isso, você, filho(a), precisa ter paciência e amor com seus pais, saber ouvi-los, conversar com eles e compreender que assim como você está aprendendo a ser filho(a), eles estão aprendendo a ser pais; erros e falhas acontecerão e precisaremos exercitar o perdão sempre.

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Honre seus pais

A Palavra de Deus nos mostra a importância de honrar os pais e está repleta de ordens acompanhadas de bênçãos para os filhos: “Ouvi, ó filhos, os conselhos (a advertência) do seu pai e procedei de tal modo que sejais salvos” (Eclo 3,2) . “Aceita, filho, a disciplina de teu pai e não desprezes a instrução de tua mãe; elas serão uma coroa de bênçãos para tua cabeça e um colar de honra para teu pescoço” (Pr 1,8-9). “Escutai, filhos, a instrução de um pai e ficai atentos, para aprender a prudência” (Pr 4,1) . Por isso, é tão importante ouvir os pais; Deus fala conosco através deles e nos instrui.

No namoro, você também terá a oportunidade de conhecer a família do seu (sua) namorado(a), e perceber como ele(a) é, quais são seus valores e suas prioridades. Se é uma família superprotetora, se há boa comunicação entre eles, se há confiança no relacionamento, se são agressivos ou pacientes etc. E isso será muito importante, pois quando você vier a contrair matrimônio, essa será também a sua segunda família, com quem você irá conviver. Contudo, cuidado para não se intrometer nos problemas da família dele(a), a menos que seja consultado, e nem ficar criticando, pois apesar dele(a) te amar, isso poderia deixá-lo(a) dividido(a) entre o amor que sente por você e por seus familiares.

Trecho extraído do livro Namoro: Em busca do verdadeiro amor” de Leandro Gavioli.