bênção!

Convide Deus para participar da sua família

Existem situações que fogem do nosso controle, e devemos ter a humildade de reconhecer que não somos suficientemente fortes para contorná-las sozinhos. Necessitamos da ajuda de pessoas que estão ao nosso lado, sobretudo de Deus. No fundo, vemos que a maioria dos conflitos presentes na sociedade acaba tendo quase uma única causa: a desestrutura da família.

Em nossos dias, vemos um bombardeio de experiências negativas, que influem no relacionamento familiar, dando a entender que a instituição familiar, a fidelidade, o companheirismo e a educação são coisas do passado, que não têm mais sentido neste terceiro milênio. Porém, o amor, a entrega, os sonhos de um casal apaixonado são os mesmos de 50 anos atrás, pois cada casal que se apresenta diante do altar, buscando o Sacramento do Matrimônio ao menos naquele instante, nutre, em seu coração, um forte desejo de constituir uma família duradoura “até que a morte os separe”.

Talvez, o fato de esses objetivos não perdurarem, é porque, hoje, a sociedade já não mais valoriza a renúncia, a entrega. E assim, uma forte barreira vai se firmando entre os cônjuges, então, acontece um esfriamento e não o desaparecimento do amor. Na verdade, o amor nunca se acaba. Pode acontecer que ele fique ofuscado pelas dificuldades, daí, a necessidade de se fazer purificações. O sol nunca deixa de existir, mesmo em dias nublados. O amor, mesmo em tempos de dificuldades, existe, mas é preciso saber reconhecê-lo, isto é, saber afastar as dificuldades por meio do diálogo e do perdão, para que ele seja manifesto novamente.

Convide Deus para participar da sua família

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Amor e respeito pela família

Talvez, um dos caminhos para retomarmos o amor e o respeito nas famílias seja a recuperação da figura dos pais. É triste quando encontramos famílias que entregam a educação de seus filhos às domésticas ou babás. Não que estas não sejam qualificadas para darem a educação correta, mas porque os pais acabam se tornando um ser desconhecido para seus filhos. E os mesmos não conseguem assimilar uma formação adequada, pois a empregada, hoje, está com eles, mas amanhã poderá ser substituída. Assim, a criança vai crescendo com este paradigma: “Se esta não responde mais com algumas necessidades, faço a substituição”.

Assim, o sentido de renúncia e de superação de alguns limites é descurado, pois não há uma exigência para vencer as dificuldades, mas simplesmente as substituir. Desse modo, se nos enveredarmos por esse caminho, poderemos perceber que alguns matrimônios não perduram, pois esse espírito de substituição se tornou tão “normal”, que é mais fácil eu deixar de viver com meu esposo, minha esposa, do que aprender a conviver com as suas limitações.

Talvez, haja a necessidade de que cada cristão repense o seu modo de conceber o Sacramento do Matrimônio e a estrutura familiar. É triste perceber que, em grande parte dos matrimônios realizados em nossas paróquias, o essencial não é a bênção de Deus, pois se supervaloriza a roupa, a maquiagem, o traje, mas pouca importância tem a Palavra de Deus anunciada.

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O nascimento da família

A ostentação, em determinadas celebrações de matrimônio, demonstra que Deus não foi convidado para o momento essencial do nascimento da família. Atrasos abusivos pretendem encher de glamour o evento, mas o que faz é apenas ressaltar o descaso com o Sacramento que se diz querer receber. Portanto, para muitos, a família já surge enferma, pois o essencial não foi ressaltado. Posso testemunhar que, em determinadas celebrações, o mais importante era fazer poses para fotos do que a própria Palavra de Deus.

Ao lado de tanta ostentação, no entanto, é possível encontrar um ou outro casal que esteja, verdadeiramente, preocupado em receber a bênção de Deus, e procura fazer de seu matrimônio um momento privilegiado de encontro com Ele. Estes que assim procedem podem ter a firme esperança de que sempre estarão vivendo sob o olhar de Deus e, mesmo passando por dificuldades na vida matrimonial, encontrarão forças n’Ele para superá-las. Porém, aqueles que colocam, em primeiro lugar, o glamour da celebração, não terão forças para superar as dificuldades; não porque Deus os abandonará, mas porque não saberão os reconhecer.

Padre Reginaldo Lima 

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