profissão mãe

Ser mãe, uma carreira gloriosa

Uma mulher foi renovar a sua carteira de motorista e lhe pediram para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar. “O que eu pergunto é se tem um trabalho”, insistiu o funcionário. “Claro que tenho um trabalho!”, exclamou . “Sou mãe”. “Senhora, nós não consideramos ‘mãe’ um trabalho. Vou colocar ‘dona de casa'”, disse o funcionário friamente.

Não voltei a me lembrar dessa história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era, obviamente, uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona da situação. “Qual é a sua ocupação?”, perguntou.

Não sei o que me fez dizer isso, as palavras simplesmente me saltaram da boca para fora: “Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas”. A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Motivo de orgulho: “profissão mãe”

“Posso perguntar”, disse-me ela com novo interesse, “o que faz exatamente?”. Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: “Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente, eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família) e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas).

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, levantou-se e, pessoalmente, abriu a porta para mim.

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Quando cheguei em casa, com o título da minha carteira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3 anos. Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (um bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz.

Senti-me triunfante! Maternidade… que carreira gloriosa! Assim, as avós deviam ser chamadas “Doutora-sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas”. As bisavós: “Doutora-executiva-sênior”. E por fim, as tias: “Doutora-assistente”. Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras, doutoras na arte de fazer a vida possível e melhor!

Comunidade Shalom