Aos que têm doenças incuráveis

É comum vermos casos de diversas pessoas que acabam descobrindo serem portadoras de alguma doença incurável, como a AIDS, o câncer (em determinados estágios), dentre outras enfermidades raras, das quais nem se sabe direito o nome e os sintomas.

 

Estas pessoas se confrontam com a notícia de que a morte está às portas, que seus dias estão contados, que só têm mais cinco meses de vida ou coisas do gênero.

 

Cabe dizer, no entanto, que não estamos neste mundo necessariamente para termos saúde ou doença – por isso a Igreja não permite que se tire a vida de quem quer que seja –, em qualquer estado que se encontre. Estamos neste mundo para cumprir uma missão que o próprio Deus nos conferiu. Missão esta que não depende radicalmente do que, mas de como vivemos.


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Não que Deus queira a doença, mas ela faz parte da própria condição humana de limitação, de possibilidade de escolhas erradas e de sermos vítimas de quem não sabe viver. Ninguém está imune dela.

 

É preciso ressaltar, nesse contexto, que não são somente as pessoas com doenças incuráveis que estão propensas a morrer. Todos estamos. Ninguém pode garantir sua vida nos próximos segundos. Talvez, alguém que tenha recebido dos médicos a notícia de que vai viver só mais seis meses, veja jovens fortes e sadios indo para a eternidade primeiro, devido a algum acontecimento imprevisto, por exemplo. Todos nós estamos sujeitos a morrer a qualquer momento.

 

Vale a pena olhar para o momento presente e perceber o bem que se pode e se deve fazer no tempo que se chama “agora”, “hoje”. Não importa se você tem somente mais seis meses de vida. Importa que você viva o dia de hoje como se ele fosse único – e de fato o é. Viver intensamente e com qualidade o agora sem se fixar no amanhã. Faça o bem hoje, ame hoje, perdoe hoje, dê bons conselhos hoje. Você tem o hoje. Não se preocupe com o que vai ser daqui a seis meses, mas com o que vai ser agora, com quem está ao seu redor.

 

É preciso acreditar que Deus sabe tirar um bem de tudo. Conheço casos de famílias inteiras que voltaram para a Igreja, após a grave enfermidade de um ente querido. Irmãos se reconciliaram. Parentes saíram da correria do dia-a-dia e mandaram flores. O amor que não se imaginava ter das pessoas foi manifestado.

Hoje, muitas famílias são totalmente renovadas, após a experiência de alguém que sofreu com uma doença, mas deixou testemunhos que chegarão a inúmeras gerações, como, por exemplo, de que Deus é mais importante, que não devemos nos preocupar com o ter, mas o ser, que a vida é mais do que trabalhar, comer e dormir.

 

Você, que está enfermo, seja qual for a gravidade, não pare na dor, na debilitação. Olhe para a missão que Deus deu lhe deu. Missão que talvez só possa ser cumprida a partir desta enfermidade, razão pela qual muitas pessoas vão visitá-lo para levarem consolo, mas acabarão saindo consoladas, vendo a vida de outro jeito.

Na sua enfermidade, muita gente pode encontrar uma vida nova com a sabedoria de suas palavras e seus gestos que jamais serão esquecidos.

 

Não olhe para sua enfermidade como um fim, mas como um meio de você cumprir sua missão neste mundo. Isso é maior do que qualquer coisa. Deus está com você.