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São João Batista, o precursor de Jesus

Na missa solene de São João Batista, o prefácio apresenta algumas características significativas: “Proclamamos, hoje, as maravilhas que operastes em São João Batista, precursor de vosso Filho e Senhor nosso, consagrado como o maior entre os nascidos de mulher. Ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade, e seu nascimento trouxe grande alegria. Foi o único dos profetas que mostrou o Cordeiro redentor. Batizou o próprio autor do batismo nas águas assim santificadas e, derramando seu sangue, mereceu dar o perfeito testemunho de Cristo (…)”.

Primeiro, apresenta-o em sua característica de “precursor”.  Explicada no dicionário como “que ou o que precede, anuncia, prenuncia, prepara ou indica a vinda ou o acontecimento de; que ou o que vai adiante, anuncia algo de novo ou se antecipa a (alguém ou algo)”. E, realmente, viveu em função do seu primo Jesus, anunciando e antecipando a sua chegada. Santificou-se dessa maneira, assim como nos ensina o mesmo ministério de preparar as pessoas para o encontro com Cristo.

São João Batista, o maior no Reino

Por outro lado, foi elogiado pelo próprio Salvador, como o maior no Reino: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista” (Mateus 11,11). Mas, mesmo assim, destacou-se por sua humildade, como comenta Santo Agostinho: “A ‘humildade de João constitui o seu maior mérito; ele poderia enganar os homens, passar por Cristo, ser visto como Cristo, tão grandes eram a sua graça e a sua virtude, e contudo declara abertamente: «Eu não sou Cristo. – És Elias? […] – Não sou Elias» (Jo 1,20-21)’”.

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Reconhecendo sua função, lugar e papel na história da salvação, pôde anunciar com vigor aquele que tirou o pecado do mundo (cf. Jo 1,29). Jesus é reconhecido como “cordeiro”, pois ele é a oferenda expiatória por todos os pecados, a oferenda perfeita e única. No rito de perdão dos pecados (Yom Kipur), a comunidade escolhia um cordeiro sem defeito. E lançava sobre ele seus males, para que fosse ofertado a Deus.

O livro de Levítico demonstra essa realidade, e como deveria ser feito (Lv 16), do mesmo modo fizeram com o Senhor. João foi aquele que apontou, ou seja, indicou qual era o Cordeiro a ser oferecido de modo definitivo: “É Ele! Ele é aquele que retira todo e qualquer pecado do mundo”.

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Que João Batista interceda por nós!

João Batista também “anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornará fecundidade e o mutismo, exuberância profética” (cf. Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristã), tendo seu ápice no Batismo de Jesus. Mesmo sem precisar ser batizado, Jesus ali revelava a sua filiação divina, que fora confirmada por seu primo que testemunha: “Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus” (Jo 1, 34). Esse ato inaugura o tempo da graça e a manifestação divina de Jesus.

Assim encerra a liturgia com a oração do Oremos, sobre O batista: “Ó Deus, que suscitastes São João Batista, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”.

Que Ele interceda por nós e também nos prepare, de modo perfeito, para fazer, em tudo, a vontade do Pai. Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos.

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Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.