Quero ser livre, leve solto como ar

A liberdade deve também respeitar a responsabilidade. Você pode dar muitos murros no ar à vontade, mas até que não atinja o nariz de alguém. Se você ultrapassar este limite, não mais está sendo livre, mas perverso, libertino. Para você ser livre é preciso “conquistar” a sua liberdade, lutando contra você mesmo, para não ceder aos instintos cegos que o escravizam. Você será livre não quando conseguir dominar os outros, mas quando, enfim, dominar a si mesmo. Que conquista!

Diz o salmo que vale mais aquele que domina a si mesmo do que aquele que conquista uma cidade. Não fique dizendo que as coisas erradas que você faz é culpa do seu temperamento incontrolável ou da sua fraqueza moral, etc… Lute contra tudo isso e conquiste este tesouro que se chama liberdade. Você só será livre quando for uma pessoa “de pé”: o espírito comandando a sensibilidade e o físico.

Não há dúvida de que quanto mais “coisas” você possui: roupas, casas, dinheiro, etc… , maior será a sua luta para não permitir que tudo isso acorrente a sua liberdade. Ser livre é ser desapegado e despojado dos egoísmos, dos vícios, e dos prazeres.

Isto não quer dizer que você não possa usar todas essas coisas; elas são às vezes indispensáveis. A liturgia da Igreja nos ensina que é preciso “caminhar entre as coisas que passam, abraçando somente as que não passam”.

Ser livre é apegar-se somente às coisas que não passam: o bem que reside no seio da virtude. Só é livre aquele que comanda as suas ações, e não se deixa arrastar pela força dos instintos. Se você não for livre, então será escravo de muitas coisas: da indecisão, da angústias, da instabilidade…, enfim, você não será uma pessoa madura e preparada para amar.

Só sabe amar; só pode dar-se, aquele que se possui, aquele que é livre. Quando você é livre todas as suas ações são boas, segundo a vontade de Deus, pois obedecem a verdade e a responsabilidade. Você será plenamente livre quando for plenamente obediente a Deus e às suas Leis: Deus é o grande Livre! Nossa liberdade é proporcional à dignidade daquele que obedecemos. Se você à obedece Deus é livre, se serve ao pecado, é escravo do pecado, ensina São Paulo aos romanos. Jesus é aquele que é livre, e faz livres os que o seguem. Obedecer as Leis de Deus é o jugo suave e leve; é ser de fato livre. O pássaro só é livre se voar nos céus; o peixe só é livre se nadar nas águas. Jamais o pássaro será livre se quiser voar dentro da água; e jamais o peixe será livre se quiser nadar na terra.

Assim, você só será livre se aceitar viver da maneira e da forma exata que o Pai estabeleceu para você viver. A verdade que o faz plenamente livre é a verdade de Jesus: “Eu sou a verdade”. Quanto mais você for fiel e obediente às Leis de Deus, mais livre você será e mais apto para amar. Quem é o viajante livre, aquele que obedece os sinais da estrada que lhe indicam perigos, ou aquele que os desobedece e se acidenta? Deus é o nosso criador; Ele nos fez com sabedoria e amor. Ele escreveu e “catálogo” sob o qual cada um deve viver para ser feliz e ser livre.

O que acontece se você desobedece ao catálogo de fabricante que manda ligar a televisão numa fonte elétrica de 110 volts? Ela queimará se você ligar em outra voltagem, ou então, não captará as imagens.
O que acontece se você desrespeitar o catálogo do seu carro que manda abastecê-lo com gasolina? Se você encher o tanque de álcool, porque é mais barato, o seu carro não vai funcionar bem e o motor será prejudicado. E assim é tudo na vida; toda a criação de Deus está sujeita a leis naturais que devemos obedecer. Só o homem – porque tem inteligência e vontade – é capaz de desobedecer às leis pelas quais Deus faz o universo belo… É a obediência a Deus que alimenta a nossa liberdade e o nosso amor.

Cristo aceitou morrer na cruz para conquistar para você a verdadeira liberdade; pois, ali Ele matou o pecado que escraviza. Esta liberdade você recebeu no Batismo; não perca por nada neste mundo. “É para que sejamos homens livres, que Cristo nos libertou (do pecado). Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão “. (Gal. 5,1) Este “jugo da escravidão” é o jugo do pecado, que destrói a vida.

O que para o mundo é motivo de tristeza, a luta para vencer o pecado, a entrada pela “porta estreita” que Cristo recomenda, pra os filhos de Deus é motivo de verdadeira e autêntica libertação. O verdadeiro escravo neste mundo é aquele que tem a sua alma amordaçada pelo pecado, pelos vícios. Se você quiser ser verdadeiramente livre, e levar os outros à esta liberdade insuperável, então, vença o pecado, e ajude os outros a fazê-lo; especialmente o seu namorado.