Pedro, a pedra inquebrantável

Era Galileu, natural de Betsaida, casado, pescador e irmão de André. Seu nome era Simão, mas Jesus no seu primeiro encontro com ele, o chamou de CEFAS (Kephas), que quer dizer PEDRA – ROCHA. Foi ele quem fez, como porta-voz dos demais, a sublime profissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ao que Jesus lhe respondeu: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas…”. (Mateus 16, 15-20) . Foi ele quem Jesus disse: “Simão, Satanás vos reclamou para vos sacudir…mas eu roguei por ti… (Lucas 22,31-32). E ainda: “Pedro, amas-me mais do que estes?” (João 21, 15-19).

Depois da ascensão de Jesus encontramos Pedro ainda desempenhando, por toda parte, um papel de chefe. É ele quem é mencionado em primeiro lugar no grupo dos apóstolos que, no cenáculo, “permaneciam unanimes na oração com algumas mulheres e Maria “Mãe de Jesus”, até a chegada do Espírito Santo. Foi ele quem tomou a iniciativa de escolher um novo apóstolo para substituir Judas. Também conta-se que foi Pedro quem realizou o primeiro milagre de cura conhecido pela Igreja cristã (Atos 3, 4-8).

Quando estourou a perseguição que culminou com o martírio de Estevão, na presença de Saulo, a maior parte dos recém convertidos a doutrina de Cristo se dispersou, mas os apóstolos permaneceram em Jerusalém, até que chegaram noticias da boa acolhida que a pregação do diácono Filipe encontrou na Samaria. São Pedro e São João se dirigiram, então, para este campo de trabalho.

Como Jesus, Pedro andou pôr todas as partes realizando milagres e prodígios. O próprio Deus confirmava a sua obra e a solidificava dia após dia, no Espirito Santo. Neste período, Herodes Agripa era o rei da Judéia. Contrario aos cristãos, desencadeou uma perseguição contra os mesmos, matando Tiago Maior, dois apóstolos, o primeiro mártir, prendeu Pedro colocando 16 soldados para vigia-lo revezando-se de 4 em 4, de maneira que ele não pudesse fugir nem ser libertado pelo outros apóstolos. Mas, aquilo que os homens não puderam fazer, pode faze-lo Deus (Atos 12,1-11). Depois, Pedro achou oportuno deixar a cidade e iniciou uma longa viagem, de país em país, até Roma, a grande Capital do Império.

A paixão de Pedro se deu em Roma durante o governo de Nero (ano 54/68 d.C) Dos Atos dos Apóstolos, sabemos que Pedro da Palestina veio para Roma porque queria difundir o Evangelho na Capital do Império Romano. Em Roma já existiam pequenas comunidades cristãs, que se reuniam às escondidas nas casas privadas, para catequese e para Eucaristia. No Ano 64 Nero era imperador de Roma, homem estranho que acreditava ser muito bom músico e cantor. Dizem que incendiou Roma, e já que perseguia os cristãos, os acusou deste incêndio e os perseguiu com ódio ainda maior. Todos aqueles que eram reconhecidos como cristãos, eram presos e posteriormente martirizados com atrocidades. Em 67 estavam em Roma Pedro e Paulo. Ambos foram, perseguidos e lançados no cárcere Mametino, e, em 29 de junho foram condenados a morte.

São Paulo foi decapitado e São Pedro foi conduzido a, então chamada Colina Vaticana para ser ali crucificado. O próprio Pedro pediu que o crucificassem de cabeça para baixo, porque não se sentia digno de morrer como Jesus. Se verifica assim, enquanto Cristo, chefe da Igreja foi elevado sobre a cruz verso ao céu, todos aqueles que creram e que crerão nele, Pedro , representante de Cristo na terra, era voltado para baixo, consagrando pôr si e pôr todos os seus sucessores, o domínio espiritual dos pontificies de Roma sobre a terra.

Neste lugar, havia o circo de Caligula, destinado a espetáculos. E quando se deu a perseguição contra os cristãos, muitos destes foram ali martirizados. Entre esses, o próprio Pedro que, após crucificado foi sepultado ao lado do circo num cemitério pagão. Na atual praça de São Pedro existe um obelisco egípcio, que fazia parte da decoração do circo. A pedido do Papa Sisto V, ele foi colocado na atual posição no centro da praça) porque é a única testemunha muda da morte do Santo. Sobre a sepultura de Pedro foi construída uma pequena capela.

No ano de 324 D.C., Constantino deu inicio à construção de uma Basílica. Esta, com o tempo ficou danificada e, em meados do século XV foi demolida para dar lugar a atual Basílica de São Pedro. Na gruta vaticana, subsolo da Basílica, se pode visitar ainda hoje a capela que, segundo a tradição, guarda os restos mortais do príncipe doa apóstolos.

Cátedra de São Pedro:
Obra de Bernini em bronze, estilo barroco, com frisos de ouro. É sustentada pôr quatro doutores da Igreja: Santo Ambrosio, Santo Agostinho, Santo Atanásio e São João Crisóstomo. Sobre ela, uma pomba simbolizando o Espírito Santo, aquele que é a alma e condutor da Igreja.

Redação: Enilda Rocha