Entenda

A castidade torna a personalidade harmônica

Tanto o amor virginal como o amor conjugal são as duas formas pelas quais se realiza a vocação da pessoa ao amor, requerem para o seu desenvolvimento o empenho em viver a castidade, conforme ao próprio estado de cada um.

A sexualidade, como diz o Catecismo da Igreja Católica, “torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo, por inteiro e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher”.

É óbvio que, o crescimento no amor, enquanto implica o dom sincero de si, é ajudado pela disciplina dos sentimentos, das paixões e dos afetos que nos fazem chegar ao autodomínio.

Ninguém pode dar aquilo que não possui: se a pessoa não é senhora de si, por meio da virtude e, concretamente, da castidade, falta-lhe aquele autodomínio que a torna capaz de se dar. A castidade é a energia espiritual que liberta o amor do egoísmo e da agressividade. Na medida em que, no ser humano, a castidade enfraquece, nessa mesma medida o seu amor se torna progressivamente egoísta, isto é, a satisfação de um desejo de prazer e já não dom de si.

A castidade torna a personalidade harmônica

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A castidade como dom de si

A castidade é a afirmação cheia de alegria de quem sabe viver o dom de si, livre de toda a escravidão egoísta. Isso supõe que a pessoa tenha aprendido a reparar nos outros, a relacionar-se com eles respeitando a sua dignidade na diversidade.

A pessoa casta não é centrada em si mesma nem tem um relacionamento egoísta com as outras pessoas. A castidade torna harmônica a personalidade, a faz amadurecer e a enche de paz interior. Essa pureza de mente e de corpo ajuda a desenvolver o verdadeiro respeito de si mesmo e, ao mesmo tempo, torna capaz de respeitar os outros porque faz ver neles pessoas dignas de veneração, enquanto criadas à imagem de Deus e, pela graça, filhos de Deus, novas criaturas em Cristo que “vos chamou das trevas à sua luz admirável” (cf.:1 Ped 2, 9).

O domínio de si

A castidade supõe uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz ou se deixa comandar por elas e torna-se infeliz.

Todas as pessoas sabem, até por experiência, que a castidade exige que se evitem certos pensamentos, palavras e ações pecaminosas, como São Paulo teve o cuidado de esclarecer e recordar. Por isso, se requer uma capacidade e uma atitude de domínio de si que são sinal de liberdade interior, de responsabilidade para consigo e para com os outros e, ao mesmo tempo, testemunham uma consciência de fé; esse domínio de si comporta tanto o evitar as ocasiões de provocação e de incentivo ao pecado, como também o saber superar os impulsos instintivos da própria natureza.

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A influência da educação

Quando a família realiza uma obra de válido apoio educativo e encoraja o exercício de todas as virtudes, a educação para a castidade é facilitada e liberta de conflitos interiores, mesmo que, em certos momentos, os jovens possam observar situações de particular delicadeza.

Para alguns, que se encontram em ambientes onde se ofende e se deprecia a castidade, viver de modo casto pode exigir uma luta dura, às vezes, heroica. De qualquer maneira, com a graça de Cristo, que brota do seu amor esponsal pela Igreja, todos podem viver castamente, mesmo que se encontrem em ambientes pouco favoráveis.

O próprio fato de todos serem chamados à santidade, como recorda o Concílio Vaticano II, torna mais fácil de compreender que, tanto no celibato quanto no matrimônio, possam existir (e, de fato, de um modo ou de outro, por períodos mais breves ou de mais longa duração, acontecem) situações em que são indispensáveis atos heroicos de virtude. Também a vida matrimonial implica, por isso, um caminho alegre e exigente de santidade.

Fonte: Vaticano