mundo virtual

Como encontrar um tempo para o descanso digital?

Para quem vive conectado, desconectar e passar algumas horas off-line pode ser uma tarefa muito difícil, mas, cada vez mais, se torna necessário em nossa era digital. Você já parou para calcular quanto tempo você passa usando o celular ou computador nas redes sociais diariamente?

Recentemente, o Instagram fez uma atualização chamada “Sua atividade”, em que mostra o tempo médio que o usuário passa navegando na rede social. Se somarmos todas as redes sociais, e-mails, comunicadores como Whatsapp, Messenger entre outros, você verá que passa mais tempo on-line do que off-line.

Um descanso digital diário é urgente para quem está cercado de tecnologia. A rotina com a tecnologia tem deixado as pessoas menos sensíveis. Infelizmente, já não percebemos as pessoas e suas necessidades ao nosso lado. Para pensar, quantas vezes você passou por alguém conhecido e deixou de cumprimentá-lo, porque estava de cabeça baixa, digitando no celular?

Foto Ilustrativa: by Getty images / skynesher

Dependência digital

Um recente estudo da Pew Research Center mostrou que 46% da população diz não conseguir viver sem seu celular com acesso à internet. A dependência do dispositivo, usado menos para fazer ligações do que para ler notícias, interagir nas redes sociais, jogar e assistir a vídeos, ganhou até um nome: nomofobia, ou seja, o medo de ficar longe do aparelho.

“Nossos smartphones se transformaram em uma ferramenta que fornece satisfação rápida e imediata. Nossos neurônios respondem a isso imediatamente, lançando dopamina. Ao longo do tempo, isso aumenta nosso desejo pelo feedback rápido e pela satisfação imediata. Esse processo também contribui para o desenvolvimento de intervalos de atenção mais curtos, e torna as pessoas mais propensas ao tédio”, explica Isaac Vaghefi, professor da Universidade de Nova York, que pesquisou a nomofobia entre 182 estudantes universitários.

Atitudes práticas

Vivemos na era digital, o que torna impossível não usufruirmos da tecnologia para diversas atividades que realizamos, seja no trabalho ou para uso pessoal, porém, para tudo é necessário equilíbrio.

Antes de começar a ler o feed do Facebook e do Instagram, pense quantos capítulos de um bom livro físico você poderia ler em uma hora! Ao participar de uma reunião, tente colocar o celular no modo avião, assim, evita que as notificações tirem sua atenção e a dos participantes da reunião durante uma apresentação importante. Uma caminhada pela natureza ajuda a descansar a mente e refletir sobre o sentido da vida.

Quando não paramos para meditar antes da tomada de decisões, acabamos por tomar decisões equivocadas. Quando gastando tempo na internet com realidades desnecessárias, é como se usássemos o dinheiro para comprar algo sem pensar. É necessário sempre parar e analisar cada ação.

Navegando com equilíbrio

Não precisamos deixar de usar as tecnologias, porém, precisamos usá-las de forma equilibrada, sem que prejudiquem os relacionamentos e a saúde mental. O ambiente digital é um espaço onde os usuários podem criar laços duradouros de amizades, como afirma o Papa Bento XVI.

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“Esses espaços, quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana. A troca de informações pode se transformar numa verdadeira comunicação, os contatos podem amadurecer em amizade, as conexões podem facilitar a comunhão. Se as redes sociais são chamadas a concretizar este grande potencial, as pessoas que nelas participam devem esforçar-se por serem autênticas, porque, nestes espaços, não se partilham apenas ideias e informações, mas, em última instância, a pessoa se comunica a si mesma”.*

Equipe Formação Canção Novabanner_tenha um otimo dia


Adriana Katia Potexki

ADRIANA POTEXKI, nascida em Curitiba (PR), filha de pais cristãos e família com várias vocações religiosas, sempre vinculada a pastorais na igreja e desde jovem membro do Movimento dos Focolares. Mãe do Lucas Miguel, adolescente de 14 anos que adora aventura e é DJ católico.
Com formação em Psicologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é terapeuta certificada pelo EMDR Institute e Brainspotting. Participou de diversos programas de TV e rádio, inclusive como apresentadora do programa “Psicologia e Arte” e “Psicologia e Espiritualidade”.
Autora do livro “Cura dos Sentimentos – em mim e no mundo”, (Editora Paulinas), “A cura dos Sentimentos nos Pequeninos – Papai e Mamãe brigaram” e “Vencendo os traumas que nos prendem – descubra os primeiros passos para recomeçar” (Editora Canção Nova)
É palestrante internacional, psicóloga clínica e colunista do Formação Canção Nova.