Reflexão

Como ser cristão e fazer a diferença na sociedade?

Às vezes, eu me pergunto: como testemunhar a fé, neste mundo, e agir do jeito que Jesus agiria em meu lugar? Como ser sal da terra e luz do mundo? Como ser cristão?

Esses dias, encontrei um depoimento que me ajudou a responder algumas interrogações como essas. Dizia o texto que o cristão deve ser homem que supere as incertezas e as dúvidas, e que, por meio de uma profunda união com Deus, receba a força necessária para, em meio às controvérsias dos tempos, não se deixar levar por elas. Assim, imprimir a face de Cristo neste mundo. Para tanto, ele precisa ser um homem em paz consigo, com os outros e com Deus. Deve ser comprovado em sua vida interior e nas virtudes em meio às lutas diárias, já que a fé é, diretamente, ligada às obras.

Como ser cristão e fazer a diferença na sociedade?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Ser cristão é ser sal da terra e luz do mundo

Isso parece difícil e, na verdade, o é; porém, acredito que fica mais fácil compreender quando afirmo que ser cristão é viver bem cada momento da vida.

Conhecer, amar e viver são realidades inseparáveis na vida do homem. O encanto pelas belezas da vida e sua disposição em viver o momento presente – colhendo o bem maior em todas as coisas – faz com que ele seja um verdadeiro artista e mestre na arte de viver, sendo cristão, sal da terra e luz do mundo como nos pede o Senhor.

O testemunho quanto à fé sempre vai além das palavras. Quando o momento não é oportuno para falar, o agir deve traduzir nossa crença.

Testemunho

Recordo-me de uma situação que vivi há um tempo. Eu era recém-chegada no trabalho; os colegas, sem me conhecer, mantinham certa reserva, pois sabiam que sou cristã e temiam, talvez, que eu lhes pregasse sermões. Até que, um dia, a faxineira faltou ao serviço e eu limpei nossa sala. Fiz isso por amor à minha vida e a deles, pois me sinto muito melhor em lugares limpos. Eles se sentiram tão amados com o gesto, que nunca mais nosso relacionamento foi o mesmo.

Não precisei dizer nada sobre minha fé, mas o tempo foi passando e, ao fim de três anos, quando precisei ser transferida do trabalho, fiquei admirada ao ouvir alguns testemunhos emocionados, que diziam o quanto tinham se aproximado de Deus convivendo comigo. Certamente, não é um mérito só meu, é também seu e de cada um de nós que, ousadamente, seguimos as palavras de São Paulo, que nos pede que traduzamos nossa fé em obras.

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Somos mudados por Deus

Há uma historinha que expressa bem o que quero dizer com isso. Conta-se que, em Paris, na França, alguns acadêmicos críticos e maliciosos, informados da vida e atividades do Cura d’Ars e das inúmeras pessoas que iam visitá-lo em peregrinação, estavam incomodados com sua fama e combinaram que um deles fosse até a Aldeia de Ars, a fim de observar os fatos em segredo. Depois, teriam motivos de sobra para suas zombarias e, inclusive, provas para desmascarar aquele que eles julgavam ser um enganador do povo. Conforme combinado, um deles foi escolhido para ir até o local. Voltando, permaneceu calado e pensativo, havia mudado completamente seu comportamento. Quando cercado pelos amigos, que o enchiam de perguntas curiosas e indiscretas, ele apenas respondeu: “Calai-vos, irmãos, eu vi Deus num homem!”.

É que a vida de quem viu Deus, seja como for, toma nova direção. Constatamos isso em diversas passagens da Sagrada Escritura, fato que não mudou com a modernidade de nossos tempos.

Que nosso testemunho de vida cristã leve muitos a contemplar Deus em nós.