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Como santificar o trabalho por São José Maria Escrivá

São José Maria Escrivá, o fundador da Opus Dei, fundada em 02 de outubro de 1928, costumava dizer que é preciso  “santificar o trabalho, santificar-se no trabalho, santificar os outros através do trabalho”. O papa João Paulo II foi seu grande apoiador e ratificador do carisma tão atual e atuante. Porém, desde junho de 1950 o Papa Pio XII já havia reconhecido definitivamente esse carisma como dom eclesial.

José Maria meditou, rezou e escreveu diversas vezes sobre o tema laboral. Dentre seus ensinamentos, disse como cada um deve comportar-se dentro do seu ambiente de trabalho: “Tens de comportar-te como uma brasa incandescente, que pega fogo onde quer que esteja. Ou, pelo menos, procura elevar a temperatura espiritual dos que te rodeiam, levando-os a viver uma intensa vida cristã” (Forja, 570). Seu pensamento demonstra a postura que se deve praticar, sempre com bom testemunho e exemplo de virtudes nos locais de trabalho. 

O trabalho vale mais que a nossa qualidade de vida?

O homem cheio de Deus transborda a sua presença, transborda os seus pensamentos e suas atitudes. Onde existe a desonestidade, as más conversações, os ambientes perversos, somos chamados a aumentar a temperatura desses locais com a santidade. Mas qual é o primeiro passo para dar um bom exemplo no trabalho?

Viva bem o teu trabalho e aumente a temperatura da santidade ao teu redor!

O santo explica:

“Gosto muito de repetir — porque tenho boa experiência disso —, aqueles versos de pouca arte, mas muito expressivos: 

Minha vida é toda de amor 

e, se em amor sou sabido, é só por força da dor,

que não há amante melhor 

que o que muito tem sofrido*.

Ocupa-te dos teus deveres profissionais por Amor.” 

O amor que se coloca em cada trabalho feito é o segredo e o resultado para a santificação e um bom testemunho. Amar parte do princípio de realizar as atividades com esmero, com dedicação, dando o melhor que se pode em tudo o que se faz. Não se pode fazer as coisas mal feitas, com pressa ou “meia boca”, isso seria realmente um fruto ruim para nós, para o nosso ambiente e para as pessoas que nos rodeiam. O testemunho começa em empenhar-se por um serviço bem feito (Amigos de Deus, 68).

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O nosso trabalho é para a eternidade

Mas, se não sou reconhecido, não sou valorizado, logo fico desanimado no trabalho. Segue a fala do santo: “Leva a cabo todas as coisas por Amor, insisto, e verificarás — precisamente porque amas, ainda que saboreies a amargura da incompreensão, da injustiça, do desagradecimento e até do próprio fracasso humano —, as maravilhas que o teu trabalho produz. Frutos saborosos, semente de eternidade! (Ibidem). Ou seja, o nosso trabalho é para a eternidade, fica gravado no céu as marcas do amor posto aqui na terra. Lá tudo é reconhecido e glorificado. Enquanto aqui, nos sobra pelo menos agradecer a Deus e se “orgulhar” de um trabalho bem feito, em certos casos. 

Então, “Esforça-te para que as instituições e as estruturas humanas, em que trabalhas e te moves com pleno direito de cidadão, se ajustem aos princípios que regem uma concepção cristã de vida. Assim — não tenhas dúvida —, asseguras aos homens os meios necessários para viverem de acordo com a sua dignidade e dás ensejo a que muitas almas, com a graça de Deus, possam corresponder pessoalmente à vocação cristã” (Forja, 718).

Viva bem o teu trabalho e dê aos que te rodeiam a oportunidade de um serviço digno e santificante, aumente a temperatura da santidade ao teu redor!

Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos!

 


Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.