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Como tratar o vaginismo?

Devido ao grande número de mulheres com dificuldades na concretização da vida sexual com satisfação, conversaremos sobre o vaginismo. Peço que, para uma melhor compreensão do assunto, leia o artigo: Compreenda o que é vaginismo e saiba como superá-lo, pois ele é uma introdução para essa conversa.

O vaginismo é a contração involuntária dos músculos que circundam a vagina, tornando a penetração dolorosa ou impossibilitando-a completamente. Acredita-se que, cerca de 5% das mulheres com vida sexual ativa tenha algum grau de vaginismo. Ele pode ser primário (desde a primeira tentativa de relação) ou secundário (passou a ter dificuldade após algum trauma, tratamento, endometriose, parto normal traumático). De qualquer forma, o tratamento é semelhante em todos os casos.

Como tratar o vaginismo?

Foto ilustrativa: elenaleonova

Tratamento emocional do vaginismo

Vários profissionais podem auxiliar no tratamento do vaginismo: ginecologistas, fisioterapeutas especialistas em assoalho pélvico, sexólogos. Mas é importante entender que o tratamento é um processo ativo da própria paciente, que precisa ter a coragem de lançar-se, com dedicação, na busca de uma vida sexual realizada.

Existe um grande tabu em torno da dificuldade sexual. E, muitas vezes, a mulher não tem coragem de falar sobre isso com ninguém. Tenha coragem! Deus não lhe fez para viver de maneira limitada. Ele traz vida, e vida em abundância.

Primeiro passo: entender o que é o problema e descartar todas as causas físicas

Nesse processo de cura, alguns passos são importantes. Primeiro, entender o que é o problema e descartar todas as causas físicas. Para isso, é importante ler sobre o assunto e ir ao ginecologista, para que sejam investigadas outras causas de dor na relação (hímen complacente, endometriose profunda, vulvovaginites, alterações hormonais no climatério, dentre outras). Se tudo estiver bem fisicamente, é importante assumir que se está diante de uma barreira emocional, mesmo sendo involuntário (não é consciente).

Olhar para nossa verdade nos faz ver onde realmente estamos e qual caminho devemos seguir para nos tornarmos livres disso. Também é importante conversarmos com o esposo, pois, muitas vezes, eles se sentem rejeitados e incapazes de realizar sua esposa sexualmente. Isso pode gerar graves barreiras no casamento, além da perda da intimidade. Com o devido esclarecimento sobre o problema, o marido pode se tornar parceiro no tratamento, dando o apoio emocional de que a mulher precisa.

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Segundo passo: acreditar que há tratamento

A grande maioria das mulheres que buscam se tratar do vaginismo, consegue ter sucesso na vida sexual. É um processo geralmente longo (semanas-meses) que exige dedicação, mas que tem resultados muito bons. Peça a Deus a determinação, por amor ao seu esposo e por desejar ser uma pessoa completa, como Deus lhe fez para ser. Empenhe tempo, esforço e amor nas etapas de tratamento.

Terceiro: tentar descobrir a causa e entender seu processo pessoal

Talvez, você não consiga descobrir com clareza se houve um trauma sexual ou um momento que lhe gerou o medo da penetração. Pode ter sido uma memória de dor causada por algo físico já resolvido, mas que deixou o medo como cicatriz.

Pode ser algum conceito distorcido sobre a beleza e santidade do sexo, que deixou no inconsciente a ideia de que sexo é pecado, que prazer é algo vulgar. Em todas as situações, Deus pode ajudá-lo a entender qual processo na sua vida contribuiu para essa dificuldade no hoje. Reze, tente descobrir junto a Deus quais são as raízes desse trauma. Deixe que Ele lhe mostre a beleza do sexo sonhado por Ele, como doação mútua, como união de duas pessoas que se amam e desejam se completar. Em oração, Deus pode adiantar muito o processo emocional de desbloqueio ao sexo. Deixe que Ele ajude.

Tratamento prático do vaginismo

O tratamento prático do vaginismo passa pela dessensibilização dos músculos da vagina ao toque. É preciso “acostumar” os músculos a serem tocados sem a sensação de dor. É importante tomar consciência dos seus órgãos genitais, da cavidade vaginal, para se perceber que é possível ter penetração. Isso pode ser feito por meio da fisioterapia pélvica (exercício com os músculos do assoalho pélvico), com dilatadores vaginais (aumentando gradativamente de tamanho), com o autotoque gradativo (mulher introduz aos poucos, diariamente, o dedo na vagina, para tomar consciência do corpo).

Tudo isso, sempre respeitando o tempo e as limitações de cada uma, mas com a firme decisão de buscar a cura dessa dificuldade. É muito importante a orientação profissional nesse processo.

Para você que percebe essa dificuldade do vaginismo, sugiro que caminhe, paralelamente, com Deus (oração, processo de cura interior) e com profissionais capacitados, para que possa viver plenamente a vocação que escolheu com leveza, felicidade, prazer e entrega real ao seu marido. Coragem! É realmente possível ser feliz no sexo.

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