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Qual é o seu temperamento?

Se observarmos as pessoas que interagem num determinado ambiente, perceberemos que cada qual age de forma diversa com uma expressão, um modo de falar, ou seja, relacionado a uma mesma situação, cada pessoa reage de um jeito diferente. Tudo por causa do temperamento. O que constitui o temperamento é o conjunto das características abaixo:

Sensação: tomada de consciência da presença do estímulo pelo sujeito;
Afetividade: estado que resulta percepção (agradável ou desagradável);
Tendência: é a inclinação do sujeito para o estímulo, motivada pela sensação e pela afetividade.

Entre os quatro temperamentos, dois se mostram ativos e exuberantes: o colérico e o sanguíneo; enquanto os outros dois são passivos, calmos e comedidos: melancólico e o fleumático.

Qual é o seu temperamento?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Temperamento colérico

A medida de um colérico é a exuberância de sua vida, que, como um vulcão ativo, regurgita no interior de um coração altamente apaixonado. Procurando atingir os fins sem considerar os meios, o colérico coloca-se, quase sempre, em posição extremada. É uma pessoa que se irrita facilmente. Vive para o seu mundo e, assim vivendo, está cheio de si, olhando o próximo como ser inferior.

O orgulho é o grande pecado de sua inteligência, enquanto que a intolerância é a grande modalidade do seu orgulho. Possui uma vontade determinada que não conhece obstáculos ou empecilhos para seus desejos. Com todas essas características, ele se apresenta como uma pessoa insensível. Porém, pode-se afirmar que o colérico ama, e ama apaixonadamente; todavia vivendo, antes de tudo, para sua inteligência e para a sua vontade. Porém, emotivamente não demonstra seu grande amor.

O colérico apresenta-se como um sujeito de reações rápidas e cortantes, usando e abusando do seu tempo. É profundamente sincero; é um dominador por natureza, envolvendo os outros com sua vontade e sua determinação.  São Paulo aventureiro, dinâmico, vibrante e decidido, altamente apaixonado pelo que acredita, chefe por natureza, inimigo dos subterfúgios e das meias medidas, é um bom exemplo do temperamento colérico.

Temperamento sanguíneo

Como o temperamento colérico, o sanguíneo é um temperamento de reações rápidas e cortantes, porém, não apaixonadas como o colérico, e sim emotivas. De inteligência rápida, vê, com rapidez, as relações ocultas entre as coisas. Não é dado à matemática e às filosofias, no entanto, é o ‘rei’ da história, da geografia, das artes. Tem um coração sem medidas. Socialmente é bom, generoso e afável, adaptando-se com facilidade às exigências sociais. Acha o mundo e a vida belos, por isso, quer viver e gozar a vida sem lágrimas e sem lamentações. Os sanguíneos têm horror à solidão, pois são extrovertidos por natureza. Alegres, acham sempre um motivo para rir. São pacíficos, amigos da paz.

Entre os apóstolos, São Pedro, com seu jeito alegre, volúvel, generoso e bom, é o tipo clássico do temperamento sanguíneo.

Temperamento melancólico

Já o esquema do temperamento melancólico se desenvolve por uma parte de uma intensa sensibilidade afetiva e por outra de uma motricidade altamente moderada.

De inteligência profunda e de vontade fraca, o melancólico alia uma sociabilidade fraquíssima a uma grande ternura de coração. Sua vontade é indecisa, vivendo sempre em dúvida. Inclina-se, quase sempre, para o lado negativo das coisas, sempre antecipando as possíveis consequências de fatos que só existem em sua inteligência. Altamente egocêntrico, vive para si, longe de qualquer influência do mundo exterior. Falta-lhe o calor e a simpatia, o que o leva a isolar-se e, consequentemente, ser isolado e ignorado por seus semelhantes. Uma visita para o melancólico é quase sempre um martírio.

Entre os apóstolos, São João – místico, introvertido, de ternura profundíssima – é um tipo perfeito do temperamento melancólico.

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Temperamento fleumático

Passemos ao fleumático. Esse caracteriza-se por uma fraquíssima impressionalidade diante dos estímulos e por uma incapacidade de reação. Sua inteligência é fria e calculista. Sua vontade é fraca na ordem da ação. Ama o descanso, não gosta do movimento e da atividade. Ele prefere viver e deixar que os outros vivam. É conservador por natureza. Gosta de dar tempo ao tempo, julgando que tudo se resolve com o tempo. Porém, quando alguma coisa desperta seu interesse, o que é raro de acontecer, sua vontade é firme. As grandes paixões não moram em seu coração.

Pouco sociável, não vive a importunar os outros nem gosta de ser importunado. Tudo em seu ser é lento e comedido, sua inteligência não foge à regra, porém, seus pensamentos são equilibrados e retos. Embora de vontade fraca, é perseverante naquilo que começa, sendo essa sua grande virtude.

A diversidade dos temperamentos

Comparado ao relógio do tempo, podemos dizer que o sanguíneo é a aurora, o despertar de vida; o colérico é o sol a pino; o melancólico traz a nostalgia do entardecer; enquanto que, o fleumático é indeciso como a noite. Assim como todas as horas do dia são necessárias para o desenvolvimento da vida, todos os temperamentos têm o seu valor e são igualmente necessários.

São as diferenças que dão o colorido à vida. Porém, quando essas características nos impedem de manter uma relação adequada com Deus e com nossos semelhantes, precisamos pedir a ajuda do Espírito Santo e, dessa forma, controlar nosso temperamento.

O próprio Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, diz São Paulo, portanto, devemos pedir a Ele. Mas o que pedir?

O colérico necessita pedir amor, bondade, paciência, humildade, benevolência e entendimento de que deve depender de Deus. O sanguíneo precisa de aptidão para abstinência, autocontrole, paciência, fé, paz, perseverança e bondade. O melancólico necessita de amor, alegria, paz, bondade, fé, esperança e autocontrole. O fleumático necessita de vontade determinada, amor, bondade, docilidade, têmpera e fé.

É possível manter o seu temperamento e entregar-se ao Espírito Santo. Um temperamento controlado pelo Espírito é aquele no qual habita o amor, a alegria, a paz, a paciência, a bondade, a generosidade, a fé, a docilidade e o autocontrole.

Busque essas características na oração, na confissão, na comunhão, na entrega a Deus, acreditando que o que você não pode fazer, Deus pode e quer realizar em você.

Mara Silvia M. Lourenço – Psicóloga