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Aspectos comportamentais da adolescência

Adolescência significa “fazer-se” homem/mulher, crescer na maturidade. É a etapa da vida marcada por desequilíbrios e instabilidades extremas: momentos de euforia, reclusão, audácia e timidez, passividade ou urgência, mudanças rápidas de interesse por um assunto ou, ao mesmo tempo, conflitos afetivos, crises religiosas (não ter religião ou ser fervoroso em sua crença), dúvidas, contradições e revoltas intelectuais, sociais e filosóficas, condutas sexuais adequadas ou não a sua idade.

O exagero em intensidade ou a persistência desses fenômenos é que, ao longo do tempo, configuram um comportamento normal ou não.

É notório que os traços físicos são mais marcantes e evidentes nas mulheres e até mesmo mais rápidos do que nos homens. As diferenças de reação para cada uma dessas situações na adolescência é, praticamente, única para cada jovem, inclusive entre irmãs na mesma família.

Imagine um corpo de mulher que, muitas vezes, não é maduro o suficiente do ponto de vista psicológico; assim acontece com muitas jovens. Socialmente, exigem-se posturas de mulher, padrões de beleza, de sexualidade precoce.

Aspectos comportamentais da adolescência

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Dúvidas e questionamentos da adolescência

Vivendo essa crise de identidade, a jovem pouco preparada ou acolhida em suas relações sociais é facilmente induzida a comportamentos e escolhas erradas quando falamos em namoro, atitudes agressivas ou rebeldes.

A rebeldia surge pela evolução do pensamento: ser crítica, analisar, saber os porquês, sair à frente faz com que a jovem questione a autoridade presente (pais, professores, o grupo ao qual pertence). Um ‘não’ como resposta já não é suficiente. Por outro lado, a timidez ou a baixa estima de si leva-a a buscar soluções extremas: aderir a grupos radicais, usar drogas, adotar atitudes agressivas, ter posturas induzidas (pela TV, pelo grupinho, pelo modismo), para que seja aceita socialmente. A urgência das jovens, muitas vezes, levam-nas a querer viver tudo rápida e intensivamente, sem espaço para a espera ou julgamento.

Namorar ou ficar pode vir, simplesmente, pela carência encontrada na família. Muitas ações são feitas muito mais pela imitação do que pela adaptação e pela avaliação crítica e consequente das ações que ela toma: um namoro mal escolhido, uma relação sexual precoce, uma revolta contra os pais dentre outras. O afeto familiar é importante para que adolescentes sejam mais adaptáveis e menos agressivas, assim como os grupos dos quais participam na sociedade. A religiosidade é importante tanto como grupo quanto como direção das condutas de uma jovem. A evolução da infância para a vida adulta é importante e deve ser vista com respeito: reconhecer, acolher e apoiar seus medos, ajudá-la no discernimento, fazer com que pense no coletivo e não apenas de forma egoísta e individual.

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Com esse apoio, a jovem terá mais segurança para tomadas de decisão, obterá melhores resultados nas suas investidas, sofrerá menos frustrações e passará pela transição para a vida adulta com muito mais equilíbrio comportamental.

É o ensinamento que pais, educadores e todos aqueles que convivem com jovens podem dar: o uso da liberdade vinculado à responsabilidade.

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Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa