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Os traumas vividos na sexualidade humana

Muitas vezes, temos sérios traumas relacionados ao nosso corpo, à nossa sexualidade. Queríamos ser mais altos ou mais baixos, mais magros ou mais gordos. Passamos a vida inteira insatisfeitos, tentando mudar, fazendo plástica, colocando silicone, tomando remédios para modelar o corpo. Não admitimos a santidade nem a beleza do nosso corpo. A Bíblia não tem medo de afirmar, muitas e muitas vezes, que o autor do meu corpo é Deus. Enquanto não chegarmos a essa experiência de termos a visão correta de nós mesmos, de como fomos gerados no seio de nossa mãe, carregaremos embutidas ideias erradas.

Temos vivido a exploração do “voyeurismo”, isto é, a transmissão de valores, ideias e visões erradas em relação à sexualidade e ao corpo. Uma prova disso são as revistas pornográficas.

O homem moderno está bastante evoluído. Se a sexualidade está sendo vivida de modo tão natural como dizem que está, por que, então, a cada dia que passa, inventam-se e criam-se novas publicidades nesse campo? Mesmo tendo trezentas mulheres, Davi não se saciava, pois seu problema não era afetivo. Ele não queria amar alguém, e sim ter prazer. Essa desarmonia está ligada à gestação do ser humano, à sua concepção. Por isso, é muito importante fazer a oração de cura interior tomando posse da graça de Deus que estava presente em cada um desses momentos.

Os traumas vividos na sexualidade humana

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quando começarmos a compreender que a concepção de uma vida é natural do ponto de vista humano e que o ser humano é chamado a exercer esse ministério participando da graça de Deus, começaremos a mudar a mentalidade relacionada à nossa sexualidade.

Não podemos mais deixar o demônio nos prender, amarrar-nos em algo que carregaremos conosco a vida inteira. Traumas assim não se resolvem nem durante a velhice. Por que ficar a vida inteira com traumas nessa área?

A sexualidade faz parte da criação de Deus

A sexualidade deve ser revestida de um momento, de um lugar sagrado, porque, pela unidade física, o ser humano está participando de um momento lindo da criação de Deus. Isso precisa ser solenizado, mas o “encardido” tem nos convencido de que é feio e que precisa ser escondido. Por que um casal deve viver essa intimidade à portas fechadas? Porque o momento é lindo demais para ser dividido, íntimo demais para ser partilhado e solene demais para ser vulgarizado.

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O casal está em íntima comunhão entre eles, marido e mulher, daí a nudez total não só de tirar a roupa, mas também de abrir o coração, porque Deus está presente. É algo lindo, maravilhoso, mas o “encardido” espalhou que é feio e que precisa ser escondido. Começa a despertar a malícia na criança, no adolescente, nas outras pessoas. Esse é, de fato, o objetivo do demônio: fazer com que o ser humano não se aceite no seu corpo.

São João nos revela um critério de discernimento para saber se a pessoa tem ou não contaminação demoníaca. O demônio e qualquer espírito maligno jamais conseguem confessar que Jesus Cristo veio na carne, porque o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós para nos salvar. Ao fazer com que olhemos para a carne com uma ideia pecaminosa, com visão distorcida, o “encardido” está nos fazendo não aceitar a salvação. Por que a sexualidade torna-se fonte de tanto pecado? Porque ela está associada a ele e não há como a separar do mistério da salvação do ser humano.

Padre Léo, scj

(Texto extraído do livro “Homens e mulheres restaurados”)

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